domingo, 24 de junho de 2012

MORSI, PRESIDENTE DO EGIPTO

Mohamed Morsi

Mohamed Morsi, candidato à 2ª volta das eleições presidenciais egípcias, venceu a disputa com 51% dos votos (13,2 milhões) contra o seu adversário Ahmed Shafiq, que obteve 49% (12,3 milhões), informou hoje a Comissão Eleitoral.

Vai, assim, o Egipto, pela primeira vez na sua história, ter um presidente oriundo da Irmandade Muçulmana.

Os resultados do escrutínio, que não contemplam as abstenções mas apenas os votos expressos, mostram um país dividido ao meio, entre os apoiantes de um islamismo menos ou mais radical (a maioria dos salafistas votou em Morsi) e os defensores de um Egipto plural (laicos, muçulmanos não radicais, cristãos coptas, pós-marxistas e pan-arabistas, na esteira de Nasser).

Continuando o Conselho Superior das Forças Armadas a deter o poder, não havendo nem Parlamento nem nova Constituição (que vai ser elaborada por uma comissão nomeada ad hoc), os poderes de Morsi são muito reduzidos (nada que se possa comparar aos de Nasser, ou Sadat, ou Mubarak).

Quero crer que Morsi assumirá, pelo menos por enquanto, uma posição apaziguadora, não só para tranquilizar os mais receosos relativamente à eleição de um presidente islâmico, nomeadamente os cerca de 15% de cristãos, como para igualmente sossegar o chamado mundo ocidental, para quem o Egipto constitui uma peça chave no plano geo-estratégico. Além do que o novo presidente não terá qualquer interferência na vida e actividades das Forças Armadas, que velarão pelos seus interesses e pelos compromissos internacionais.

Poderá a Irmandade Muçulmana ser tentada a legislar sobre matéria de costumes, como está a acontecer na Tunísia (com grande contestação popular), mas aí arrisca-se a comprar senão uma guerra civil, pelo menos um clima de absoluta intranquilidade que a impedirá de governar.

Praça At-Tahrir, hoje

 Faz parte dos princípios do Islão, como fazia parte do Cristianismo (até à Revolução Francesa) a confusão entre a religião e a política. A instalação de regimes pró-marxistas na Argélia, na Tunísia, na Líbia, no Egipto, na Síria e no Iraque, após a independência, tentou inverter essa perniciosa tendência, embora à custa de ditaduras, que reprimiram o fundamentalismo mas não fizeram a obra pedagógica que as circunstâncias impunham. Os resultados dos actos eleitorais recentes representam uma espécie de "vingança de Deus", como poderia escrever Gilles Kepel. Mas a globalização mudou muita coisa. Sei que os camponeses do vale do Nilo não dispõem da mesma informação que os estudantes tunisinos, ou a classe média síria, ou mesmo o que resta da dizimada população do Iraque, uma das mais evoluídas do mundo árabe. Mesmo assim, o contacto permanente com os milhões de turistas estrangeiros que têm visitado o Egipto nos últimos anos abriu-lhes os olhos para muita coisa. E se os resultados das eleições para o Parlamento egípcio (entretanto dissolvido pelo Conselho Superior das Forças Armadas) deram aos Irmãos e aos salafistas 70% dos votos, tal deveu-se mais às obras sociais que a Irmandade desenvolveu no país durante os últimos anos (perante a indiferença dos governos) e à influência da Arábia Saudita que, por razões ainda não suficientemente dissecadas, tem despejado milhões de dólares nos cofres salafistas.

Os islamistas celebraram hoje com grande entusiasmo a vitória de Morsi na praça At-Tahrir (da Libertação). Estão os egípcios finalmente libertos de Mubarak, que fez algumas coisas boas pelo Egipto, mas manteve uma rigorosa repressão e permitiu uma corrupção imensa e um alargamento desmesurado do fosso entre ricos e pobres, esvaziando progressivamente a classe média, como acontece agora na Europa, em alguns países, com resultados que se revelarão, a curo prazo, catastróficos. Não sei, contudo, se ficarão libertos da sharia, que não agradará certamente a pelo menos metade da população.

Por isso penso que, a partir de agora, a situação deverá ser tratada com pinças, pois só faltava (e muitos gostariam) que após uma revolução que se pretendeu "democrática" e "libertadora" o país mergulhasse numa guerra civil.

1 comentário:

Anónimo disse...

No islam.
Não há qq livro da sharia.
Mais!
Não há qq corão de maomé.
Não há maomé.Não pode ser invocado tal como os santos ou anjos.
Não há gibril. maome disse que ele não traria mais mensagens.
E nem há o tal allah maometano. Isto se acreditarmos no que maomé disse, que o seu allah nunca mais falaria nem teria espírito.
o islam, é todo baseado em enganos falsidades e maldades.
Nem sequer pode haver egípcios muçulmanos ou muçulmanos egípcios.
Pois o islam não reconhece qq identidade nacional, cultural ou pessoal, a não ser temporariamente até conseguir enganar e desgraçar tudo e todos.

Em verdade, todas as eleições onde ganhem muçulmanos, são totalmente inválidas, pois que os votantes foram enganados, não foram informados destas e de outras verdades verdadeiras sobre o enganador e desgraçador islam.
Até a frase:
allahu akbar, significa que aquele allah é o maior.
No corão actual está que allah engana.
Se é o maior e engana, logo é o maior enganador.
Nenhum muçulmano descobriu isto, e quando ficam a saber também não o divulgam.

Em verdade, só fora do islam, a Verdade e O Bem podem Existir.