sexta-feira, 4 de novembro de 2011

SEGURO OU INSEGURO


Nunca na vida pensara escrever alguma vez uma linha sobre António José Seguro. Mas, como diz o Romeiro no Frei Luís de Sousa, «Necessidade pode muito». É que a decisão tomada esta madrugada pela Comissão Política Nacional do Partido Socialista, sob proposta do secretário-geral do Partido, de este se abster na votação, na generalidade e na especialidade, do Orçamento de Estado para 2012, com a invocação do "interesse nacional", é de uma irresponsabilidade clamorosa. Então define-se o sentido de uma votação antes de se discutir o documento em causa? Qual o peso negocial para a introdução de propostas que possam alterar algumas das medidas fixadas pelo Governo, uma vez conhecido o sentido do voto?

Ao assumir esta posição, por motivos que não logro descortinar (e talvez seja até melhor nem tentar perscrutá-los), o PS torna-se refém da política governamental numa matéria decisiva para os cidadãos e o país. Seguro, ao defendê-la, revela uma insegurança profunda das suas convicções, se é que as tem. A menos que seja para agradar lá fora e cativar um lugar europeu para o futuro. Se assim é, prevejo que não terá sorte nenhuma.

1 comentário:

Anónimo disse...

Onde chegou a perfídia e a pequenez política das nossas gentes que (des)governam este país. Realmente já nada nos deve espantar, pois se "eles" tem a sua origem em nós, é porque nós somos realmente incapazes de nos governarmos. Incapacidade congénita, chamo eu a esta nova patologia. Tratamento de choque urgente precisa-se.
Marquis