quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

PIERRE BOULEZ



Pierre Boulez, célebre compositor, maestro e pianista francês morreu ontem na Alemanha aos 90 anos de idade.

Tudo o que a respeito da sua vida e da sua obra poderia escrever consta da Wikipédia e é divulgado pela comunicação social. Por isso, apenas umas breves notas.

Recordo que o meu primeiro contacto com Boulez foi através de Le marteau sans maître, obra de 1954 que ouvi muito jovem e cujo LP conservo. Uma peça "difícil" para a época e para o público em geral, que ainda não assimilara a revolução operada pela Segunda Escola de Viena. Segui com interesse a produção musical de Boulez, e através dele fui descobrindo outros compositores de "vanguarda": John Cage, Stockhausen, Xenakis, Berio, Nono, Ligeti, etc.

Numa das minhas primeiras deslocações a Paris visitei o IRCAM (Institut de Recherche et Coordination Acoustique/Musique), que Boulez fundara a pedido de Georges Pompidou, que está instalado junto ao Centro Pompidou e cujo trabalho de pesquisa e de divulgação merece reconhecimento unânime.

Para além de compositor e de investigador, com profundas ligações aos meios literários, filosóficos e sociológicos franceses e internacionais, Pierre Boulez distinguiu-se também como um notável chefe de orquestra, métier a que se dedicou talvez mais por necessidade do que por vocação, mas que viria a torná-lo famoso em todo o mundo. Conduziu as mais importantes orquestras e distinguiu-se inolvidavelmente ao dirigir em Bayreuth a Tetralogia de Wagner (1976-1980), encenada por Patrice Chéreau.

Com a morte de Pierre Boulez desaparece uma das últimas grandes figuras da música do século XX.


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