sábado, 3 de dezembro de 2011

ISLAMISTAS VENCEM NO EGIPTO


Segundo fontes não oficiais, os partidos islâmicos figuram em primeiro lugar nos resultados das eleições nas nove regiões onde já se realizou a votação para o Parlamento, faltando ainda efectuar-se o acto nas restantes 18 regiões do Egipto, que terá lugar até fim de Janeiro.

Segundo a Al Jazira, a percentagem de votantes atingiu os 62%, o que é notável, ainda que o Conselho Supremo das Forças Armadas estimasse uma votação da ordem dos 70%.

O Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, terá obtido 40% dos votos, o que não constitui surpresa, mas já causa admiração que o partido Al-Nur, do movimento salafista (islamistas ultra-conservadores) tenha atingido 25% dos votos. De acordo com o NYT, o Bloco Egípcio (uma coligação de partidos liberais) terá ficado em terceiro lugar, ligeiramente abaixo dos 25%. Os restantes partidos terão alcançado uma votação residual.

No sentido de tranquilizar os egípcios liberais ou laicos e os governos estrangeiros, a Irmandade Muçulmana declarou já que não fará qualquer aliança com os salafistas (teriam a maioria absoluta) mas sim com os liberais.

De qualquer forma, é grande a preocupação no Egipto com a percentagem obtida pelos partidos religiosos. A média burguesia do Cairo e de Alexandria, que sustentou prioritariamente a contestação da praça At-Tahrir, sente-se defraudada nas suas expectativas. Menosprezaram o adversário, ainda que muitos dos eleitores que votaram naqueles partidos o possam ter feito sem medir as consequências. Resultado da inexperiência política (o país nunca teve eleições livres) e da iliteracia, afirmou Galal Maher El Ghor, vice-presidente do El-Ghad, partido secular criado em 2004 por Ayman El Nur.

Conforme dissemos aqui, uma onda islâmica varre o mundo árabe. Sabemos (ou não) como tudo começou. Não sabemos como acabará.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ainda vão ter saudades de Mubarak!!!