terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A DESTRUIÇÃO DA "DESCRIÇÃO DO EGIPTO"


Conforme reporta o "Al-Ahram", nos ininterruptos incidentes registados Cairo, foi assaltado e incendiado no passado sábado o Instituto Egípcio, onde se guardavam cerca de 200.000 obras, das quais apenas cerca de 30.000 puderam ser resgatadas do fogo.

Entre as preciosidades destruídas conta-se uma obra de valor incalculável, o original da célebre "Descrição do Egipto", que Napoleão Bonaparte mandou efectuar aos cientistas e artistas que acompanharam a sua expedição de 1798. A obra era composta por 24 volumes repletos de ilustrações.


O Instituto conservava a maior colecção de mapas e manuscritos do Egipto e a sua destruição é uma perda irreparável para o país e para a cultura universal. Não se compreende como foi possível a ocorrência desta catástrofe, a menos que certos poderes tenham procedido ao roubo de algumas preciosidades bibliográficas e largado fogo ao edifício posteriormente. Já se haviam registados roubos no Museu do Cairo aquando das primeiras manifestações contra Hosni Mubarak.

Importa que as autoridades preservem o inestimável património das sucessivas civilizações egípcias (faraónica, helenística, copta e islâmica), que constitui um dos maiores legados de todos os tempos.

É preciso também que as manifestações revolucionárias não afectem uma das mais importantes heranças da cultura universal, porque isso significaria a negação da própria revolução. Não creio que os verdadeiros egípcios estejam interessados na sua auto-destruição. Mas haverá certamente infiltrações de poderes ocultos, como sucede em todas as revoluções.

1 comentário:

Anónimo disse...

HORROR!