sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A BOMBA



Foi há 65 anos que os Estados Unidos da América fizeram explodir sobre a cidade japonesa de Hiroshima a primeira bomba atómica. A deflagração do primeiro engenho nuclear provocou entre mortos, instantâneos ou a prazo, feridos, estropiados, contaminados pela radioactividade, desalojados ou enlouquecidos pela explosão, mais de um milhão de vítimas.

A bomba, com o sarcástico nome de "Little Boy", transportada no avião "Enola Gay" (o que hoje constituiria um insulto universal a todos os homossexuais), foi lançada às 8.15 h e destruiu completamente a cidade. Concebida a partir dos estudos de Einstein, por decisão de Franklin Roosevelt, a ordem de utilização foi dada pelo seu sucessor Harry Truman, numa altura em que a Guerra Mundial já estava ganha pelos chamados Aliados. Tratou-se de uma experiência para verificar "ao vivo" os reais efeitos da explosão num contexto específico (e por isso a escolha de Hiroshima) e também de uma jogada de antecipação em relação à União Soviética, que igualmente procurava atingir o patamar atómico. Três dias depois outra bomba seria lançada sobre Nagasaki, com efeitos igualmente devastadores

O emprego da bomba contra o Japão foi um acto gratuito, e por isso desnecessário, de consequências trágicas, e que desvalorizou, por antecipação, outros actos criminosos que se lhe seguiram, de dimensões incomensuravelmente inferiores, como a destruição das Torres Gémeas de New York, ataque que ainda hoje não se encontra devidamente esclarecido.

A utilização da bomba atómica sobre cidades abertas constituiu até hoje o maior crime de guerra na história da humanidade. Nunca os americanos foram julgados por tal acto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não esquecer que foi o Japão que num ataque fulminante e traiçoeiro a Pearl Harbour em finais de 1941, abriu as hostilidades contra os EUA que até aí se mantinham neutrais no 2º conflito mundial. Nesse dia morreram milhares de pessoas.Não sei se foi o maior crime de guerra, uma guerra que matou dezenas de milhões de pessoas. Parece-me que não faz sentido, pelas razões apresentadas, considerar um crime de guerra as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki. Sendo um acto horível como tantos outros cometidos durante a guerra, é um facto que dias depois da tragédia, o Japão rendia-se, poupando-se milhares de vidas.

Blogue de Júlio de Magalhães disse...

PARA O ANÓNIMO DAS 00:51:

O ataque dos japoneses a Pearl Harbour foi contra a marinha de guerra dos Estados Unidos; o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki foi contra civis.

Se acha que o bombardeamento das duas cidades não foi um crime de guerra, então só posso lamentar a sua insensibilidade.

Quanto à rendição do Japão, em Agosto de 1945, os países do chamado Eixo já tinham perdido a guerra. Com ou sem bombas atómicas, a rendição era uma questão de dias.