segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A "MOCIDADE PORTUGUESA"


O presidente do Comité Olímpico Português, Vicente Moura, propôs hoje, na televisão, «a reactivação da Mocidade Portuguesa, mas sem conotações políticas».

Se alguma coisa ainda me espantasse, teria ficado surpreendido com esta afirmação. Com 74 anos, Vicente Moura deveria saber que a Mocidade Portuguesa existia, exactamente, com fins políticos, ainda que se lhe possam creditar alguns, por vezes relevantes,  serviços ao desporto e à cultura. Especialmente numa época em que, tanto a um como a outra, não lhes era atribuída particular importância no discurso da vida nacional.

A Mocidade Portuguesa, a exemplo das "juventudes" de outros países, foi criada num determinado contexto político e com uma vocação específica, que aliás nunca cumpriu cabalmente, para satisfação de uns e desagrado de outros.

Não me parece, pois, viável, ou mesmo oportuna, a sua "ressurreição". O que julgo indispensável, e mesmo inadiável, é a remodelação das estruturas desportivas, nomeadamente daquelas que têm a responsabilidade de preparar atletas para participações internacionais consideradas de prestígio, como é o caso dos Jogos Olímpicos. Para obter resultados como os que se registaram este ano, mais vale não comparecer.

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