domingo, 1 de abril de 2012

AS PRESIDENCIAIS EGÍPCIAS


Segundo o El PAÍS, e contrariando as previsões dos seus próprios correlegionários, Khairat al-Shater, número dois da Irmandade Muçulmana (chefiada por Mohammed Badie), declarou-se candidato às próximas eleições para a presidência da República do Egipto.

Apesar dos Irmãos terem larga maioria no Parlamento (logo, no país), não parece crível que al-Shater venha a ser eleito, até porque haverá obstáculos legais à sua candidatura. As Forças Armadas continuam a controlar o poder, e largas faixas da população estão profundamente arrependidas da revolução que levou à queda de Mubarak e ao triunfo dos islamistas. Não imaginavam como estes se tinham tão profundamente infiltrado no povo, nomeadamente nas zonas rurais, mas também em algumas cidades, como Alexandria (o que, atendendo às suas tradições, é espantoso) e mesmo nos meios universitários e da alta burguesia. Um fenómeno que deverá ser estudado com atenção.

Não acredito que o Exército abandone as rédeas do regime, mas, se o fizesse, o Egipto confrontar-se-ia previsivelmente com uma guerra civil, uma vez que uma parte da sua população, mesmo da que votou nos Irmãos Muçulmanos ou nos salafistas (por negligência, ou pressão, ou ignorância, ou interesse) não estaria disposta a submeter-se a um Estado em que a lei fosse a sharia.

A Primavera Árabe vai ainda revelar muitas surpresas. E causar muitas dores de cabeça aos líderes ocidentais que, por cupidez, estupidez ou errados cálculos políticos, embandeiraram em arco com as sublevações no mundo árabe.

2 comentários:

Anónimo disse...

quem ventos semeia, mais tarde colhe tempestades.

José Gonçalves Cravinho disse...

Eu,sou um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote(88anos),mas no meu fraco entender,penso que os Serviços Secretos do Tio Sam mafioso e flibusteiro que pretende dominar o Mundo inteiro e que tem o apoio de Israel sionista,fará tudo o que achar necessário para que no Egipto tenha um Governo que lhe seja útil para os seus intentos
globais,mesmo que seja um Governo teocrata e feudal como o da Arábia Saudita e os dos Emiratos Árabes, pois o Tio Sam prefere e apoia Governos de cariz fascista e nisto até tem o apoio da União Europeia
que faz parte da Horda mercenária da NATO cujo Capitão-Mor é o Tio Sam.