domingo, 2 de maio de 2010

FUTEBOL - O ÓPIO DO POVO



Disputou-se hoje no Porto mais um jogo de futebol considerado de "alto risco", que, como vem acontecendo naquela ou noutras cidades de Portugal, quer entre os clubes participantes naquele desafio quer com a maioria dos clubes portugueses, se assemelhou a uma competição que ultrapassou em ódio os sentimentos dos cidadãos romanos quando, no circo, exigiam a morte de um ou outro gladiador.
O futebol (football) teve a sua origem na pérfida Albion (donde vêm habitualmente todos os males que afligem a humanidade) por volta do século XVII e assumiu universalmente a sua expressão actual no século XIX. É considerado hoje o desporto mais popular do mundo, e permite a multidões famintas, de pão ou de afectos, extravasar os sentimentos mais primitivos que nem as feras, em plena selva, ousam exteriorizar.
De há muito que os jogos de futebol, especialmente quando envolvem equipas ditas importantes ou países com alguma rivalidade, se transformaram em verdadeiras batalhas, originando mortos e feridos, obrigando à mobilização de excepcionais dispositivos policiais e, espera-se, em breve, das próprias forças armadas.
É também sabido que os interesses que hoje se ocultam por detrás dos clubes de futebol são poderosos e transnacionais e deles não vale a pena ocuparmo-nos hoje, pois toda a gente mais ou menos conhece – já que são do domínio público – aspectos pouco edificantes que, sistematicamente, fogem à Justiça.
Mas como o povo deseja "pão e circo", e sendo cada vez mais escasso o pão, pela força das circunstâncias e pelo desejo dos homens, haja então circo para contentar as bocas esfomeadas. Talvez por isso, ninguém se indigne com os vencimentos auferidos pelos jogadores de futebol, nomeadamente pelas grandes estrelas da bola, que ganham, porventura num dia, o salário de uma vida inteira de um trabalhador comum. Ao pé deles, os ordenados dos gestores das empresas, por demasiados escandalosos que sejam, até parecem modestos.
Escreveu Karl Marx, na sua "Introdução" à Crítica da filosofia do direito de Hegel, que a religião era o ópio do povo. Porém, nos dias que correm, em que a religião está, em muitos aspectos (o islão incluído) afastada do povo, o verdadeiro ópio do povo é o futebol. E diga-se, em abono da verdade, que este "desporto", para não dizer este "negócio", conseguiu alastrar pelo mundo inteiro.
Das notícias que semanalmente, e hoje quase diariamente, nos chegam dos incidentes verificados nos jogos de futebol, nos próprios campos, nos percursos adjacentes e mesmo em sítios inimagináveis (os jogos mais importantes já são sempre de "alto risco"), só pode concluir-se da existência de um ódio, ou mesmo de um desejo de extermínio em relação ao adversário, consequentemente transformado em inimigo mortal. Ódio e desejo de extermínio que, quando não nasce no coração dos homens, é fomentado e incrementado pelas estruturas que, de uma forma ou de outra, lucram com o negócio. Parece, portanto, que toda essa gente, que vive movida unicamente pelo desejo de destruir fisicamente o seu semelhante deveria ser internada em campos de extermínio, aonde, impedida de continuar a molestar os outros, aguardasse "tranquilamente" a Solução "adequada".

3 comentários:

Anónimo disse...

"Tout ce qui est excessif est sans portée". Talleyrand

Anónimo disse...

tal e qual como anda de carro poluir o planeta terra, comprar gasolina a alguma companhia k explora mao de obra noutro continente isto kuando nao foi á força implementada uma politica internacional para salvaguardar os poços de petroleo para companhias ocidentais... e depois as pessoas ainda se keixam k a gasolina esta cara ou o petroleo perto das pessoas k pagaram kom vida... ao contrario do futebol k sim e verdade komo tudo neste mundo tem o seu lado negativo mas tmb o seu lado positivo... agora diz me tu k vai na volta nao andas as voltinhas de carrinho... os seres humanos sao tao egocentricos k so vem os seus pontos de vista sem seker fazer uma auto critica e pa o engel sabia era falar k passar a pratica ja e outra coisa... tu e o engel fazem me lembrar o marcelo rebelo de sousa so sabem e falar dos problemas k nem seker os afectam... ou k ja foste vitima de violencia por parte de alguns adeptos de futebol????????????????? ou algo k se pareça... ou é mais falta de fazer na vida e krer protagonismo komo o k eu te tou a dar... deve ser mas isso... e kero ver o teu censo democratico a ver se publicas o meu comentario...

Blogue de Júlio de Magalhães disse...

PARA O ANÓNIMO DE 16/08/2012:

Claro que publico todos os comentários, mesmo quando são anónimos.

Apenas fiquei com uma dúvida. Quando alude a "engel" pretende referir-se a Hegel ou a Engels?

Cumprimentos.