segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

AS AGÊNCIAS DE RATING


Durante as últimas semanas, e mesmo antes, a comunicação social tem-nos bombardeado, diária e sistematicamente, com a classificação atribuída a Portugal pelas chamadas agências de rating. Desconheço a fundamentação e a legitimidade de tais agências, que usam nomes mais ou menos esotéricos e cujos patrões, homens sem rosto (pelo menos visível), se comprazem em atribui notas, qual prof. Marcelo, aos países e às empresas, baseados em critérios só discerníveis por Deus Pai, e mesmo assim com uma forte ajuda do omnisciente Espírito Santo (não o banqueiro mas a terceira pessoa da Santíssima Trindade).

Na sua universal competência, não previram essas doutíssimas agências a situação catastrófica da Islândia, nem o buraco financeiro do Eire, ainda menos a clamorosa falência do Lehman Brothers ou da sociedade do "filantropo" judeu Bernard Madoff.  Mas com certeza que muitas e pertinentes razões abonarão em desculpa dessa falta, tal a ciclópica tarefa que a essas agências incumbe de controlar financeiramente o mundo inteiro.

Em todo o caso, não deixa de me perturbar um pouco esse invisível governo mundial, não eleito e sem regras conhecidas (e possivelmente sem regras nenhumas) que se arroga o direito de interferir na governação dos diversos países (pelo menos de alguns, já que nem todos se sujeitam ao diktat dessas sumidades) e de lhes ordenar qual a política a seguir em função de interesses, ia a escrever inconfessáveis mas prefiro utilizar outra expressão, de interesses privados, privadíssimos, mas travestidos de públicas virtudes.

1 comentário:

Anónimo disse...

As agências de rating deveriam ser investigadas a nível internacional, já que as suas classificações se baseiam em obscuros critérios que certamente servem tudo menos a verdade, a transparência e o bom senso.

Há por isso quem se sirva dessas agências para os mais ocultos desígnios, os desígnios supranacionais de quem não se atreve ainda a aparecer em público.