terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

MORTE NO DUBAÏ (II)


Tzipi Livni

“O facto de um terrorista ter sido morto, e não interessa se foi no Dubai ou Gaza, é uma boa notícia para quem combate o terrorismo”, afirmou Livni, líder do Kadima (centro), a propósito da morte de Mahmoud al-Mabhouh, no mês passado, quando se encontrava num hotel do emirado.

Até agora, as autoridades israelitas recusaram-se a comentar as alegações de que a Mossad esteve por trás do assassínio, apesar de a polícia do Dubai apontar o dedo à agência dos serviços secretos, acusando um esquadrão de 18 elementos de ter usado documentação falsa para entrar no país.

Os suspeitos teriam usado passaportes falsos britânicos, irlandeses e franceses, e um outro alemão (verdadeiro, mas obtido em Colónia de forma fraudulenta), o que levou a UE a emitir uma declaração crítica, embora sem nomear directamente Israel.

Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman, foi pressionado por líderes europeus num encontro em Bruxelas. Na semana passada, Lieberman afirmara – no único comentário do Governo até à data – que “Israel nunca responde, nunca confirma e nunca nega”. E adiantou: “Não sei porque estamos a partir do princípio que Israel, ou a Mossad, usou esses passaportes”.

Livni, que anteceu Lieberman na chefia dos Negócios Estrangeiros e que agora lidera a oposição parlamentar, não comentou quem estará por trás do assassínio de Mabhouh, fundador da ala militar do Hamas (organização que não reconhece o Estado israelita). “O mundo inteiro deve apoiar os que lutam contra o terrorismo”, adiantou numa conferência judaica, em Jerusalém. “Qualquer comparação entre terrorismo e os que o combatem é imoral”.


Publicado hoje pelo "PÚBLICO"

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