Morreu hoje, aos 69 anos, Joaquim Benite, fundador e director da Companhia de Teatro de Almada e do Festival Internacional de Teatro de Almada.
Conheci Joaquim Benite há muitos anos, ainda ele, que já fora efemeramente actor e também jornalista, dirigia o Grupo de Teatro de Campolide. Tornámo-nos amigos e acompanhei, durante mais de 30 anos, ora de perto, ora mais à distância, a sua actividade como encenador e director da companhia de Almada.
O Festival Internacional de Teatro que criou, proporcionou a vinda a Portugal de algumas das mais relevantes e inovadoras companhias de teatro estrangeiras, especialmente dos países que menos contacto teatral mantinham connosco. Há alguns anos, propus-lhe (dadas as minhas relações com o mundo árabo-islâmico), e ele aceitou, a participação, no Festival de Almada, do Teatro Nacional da Tunísia, com ele colaborando nessa produção. O espectáculo, Eden, eden..., sobre a vida de Rimbaud, um trocadilho com "Aden, Aden", ainda que falado em árabe, constituiu apreciável sucesso.
Joaquim Benite foi, sem dúvida, um dos mais importantes encenadores, um dos mais empenhados homens de teatro portugueses do último meio século. O PÚBLICO regista um pouco da sua biografia. As memórias dos seus amigos, dos seus colegas, dos espectadores dos seus espectáculos guardarão muitas mais recordações.
Parafraseando um amigo meu, também já falecido, dir-lhe-ei: "Até sempre, que é o tempo certo".
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