terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A NOVA DITADURA NO EGIPTO






Dezenas de milhar de pessoas cercaram hoje o palácio presidencial de Heliópolis, no Cairo, protestando contra a assunção de poderes ditatoriais pelo presidente Mohamed Morsi. Os manifestantes enfrentaram as forças da polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo, mas face ao número dos opositores à nova concepção política totalitária da Irmandade Muçulmana, os agentes foram obrigados a refugiar-se no interior do palácio. O presidente da República fugiu por uma porta das traseiras.

Os egípcios laicos (que recusam a inscrição da sharia na Constituição), os muçulmanos moderados (que não se revêem no programa dos Irmãos Muçulmanos e muito menos dos salafistas, apoiados pela Arábia Saudita e pelos países do Golfo), os cristãos coptas  e os apoiantes do ex-presidente Mubarak (que ainda são talvez alguns milhões) formam agora uma frente contra as derivas totalitárias do novo regime (a quem a venal srª Clinton foi dar a mão, pedindo mediação no conflito israelo-palestiniano).

Os manifestantes reunidos em frente do palácio pediram a queda do regime e acusaram Morsi de trair a revolução. A maior parte dos juízes recusa-se a supervisionar o referendo da nova Constituição e os principais diários independentes egípcios não foram hoje publicados.

A manter-se a decisão do presidente de conservar os plenos poderes que assumiu e de fazer votar o novo texto constitucional, o Egipto, com uma economia destroçada, encaminha-se a passos largos para a guerra civil.

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