Segundo o EXPRESSO, as Nações Unidas propõem a renegociação com a troika da dívida portuguesa. Artur Baptista da Silva, o economista que coordena o Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD), afirma que se Portugal não o fizer agora terá de o fazer daqui a seis meses de joelhos (salvo seja).
Pelo interesse, transcrevemos a notícia:
«"Se Portugal não o fizer já, terá de o fazer daqui a
seis meses, de joelhos", afirma Artur Baptista da Silva, o economista
português que coordena uma equipa do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), encarregada pelo secretário-geral Ban Ki-moon de
apresentar um relatório da situação crítica na Europa do Sul.
Em entrevista na edição de hoje do Expresso,
Baptista da Silva refere a preocupação das Nações Unidas com a evolução
da crise das dívidas soberanas na "periferia" da zona euro, as receitas
de ajustamento que têm sido colocadas em prática e os riscos
geopolíticos que esta situação acarreta.
Numa abordagem distinta de outras propostas de
renegociação da dívida - como a de Miguel Cadilhe, divulgada pelo
Expresso em outubro num artigo de opinião do ex-ministro das Finanças -,
a estratégia definida por esta equipa da ONU propõe uma renegociação de
41% da dívida soberana consolidada portuguesa projetada daqui a cinco
anos (uma parte da dívida que não deriva das políticas internas dos
diversos governos desde a adesão à União Europeia) e a mexida em dois
pontos do memorando de entendimento com a troika, que em detalhe o leitor poderá ler na entrevista publicada na edição do Expresso.
Artur Baptista da Silva será encarregado pela ONU
para dirigir o Observatório Económico e Social das Nações Unidas que se
instalará em Portugal por dois anos. O relatório será divulgado no
próximo ano.
A poupança de 10,3 mil milhões de euros daria para
cobrir um défice orçamental de 4,5% e ainda deixaria de saldo cerca de
2,3 mil milhões de euros, que poderiam ser aplicados à devolução de um
dos subsídios retirados aos funcionários públicos e aos pensionistas e
ao reforço do fundo de emergência social.»
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