segunda-feira, 2 de abril de 2012

QUEREMOS MENTIRAS NOVAS


A segunda reunião, efectuada ontem em Istambul, dos "Amigos da Síria" (a primeira teve lugar em Tunis), em que participaram representantes de cerca de 80 países, traduziu-se num ultimato ao presidente Bashar Al-Assad para retirar as suas tropas das cidades onde ainda permanecem, de acordo com o plano de paz acordado com o enviado especial das Nações Unidas, Kofi Annan. Segundo o "Guardian", o presidente sírio teria já informado Annan que a retirada das tropas e armas pesadas de zonas populacionais se realizaria a 10 de Abril, a deadline acordada com o enviado da ONU.

Por outro lado, a decisão dos "Amigos da Síria" de reconhecer o Conselho Nacional Sírio como o "representante legítimo de todos os sírios" foi severamente criticada pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, que a considerou perigosa e prejudicial para os esforços de Kofi Annan na procura de uma solução equilibrada para o problema, conforme noticia o "Expresso" e a "Al Jazira".

A Rússia, que não participou na reunião, entende que devem ser ouvidos os amigos da Síria de ambos os lados e não só a oposição a Assad, como se não existisse nenhum apoiante do regime. A sinistra secretária de Estado americana, Hillary Clinton, insistiu na necessidade de começar a pagar aos soldados oposicionistas (o que já está a ser feito), com o apoio do estranho ministro francês dos Estrangeiros, Juppé, e do enigmático Erdogan, que de aliado passou a opositor de Assad.

No meio desta tranquibérnia é de realçar o apoio dos regimes fundamentalistas árabes às posições ocidentais. Da Arábia Saudita e dos países do Golfo, nada a estranhar, mas que a Tunísia, a Líbia, o Egipto, se encarnicem contra o regime de Assad, isso tem a ver com a moeda de troca. O Ocidente permite o estabelecimento de governos islâmicos nesses países e na volta estes permitem o estabelecimento dos interesses económicos ocidentais nos seus países e apoiam a tentativa de invasão da Síria, senão directamente pelos soldados do "mundo livre", pelo menos com a protecção e o dinheiro ocidentais.

Tudo isto é feito em nome da solidariedade, do auxílio humanitário (como a guerra humanitária do Kosovo) e dos mais nobres princípios éticos. Já vimos este filme na Jugoslávia, no Afeganistão e no Iraque. Chegou agora a vez da Síria, embora o objectivo último seja o Irão.

Estamos fartos destas mentiras. QUEREMOS MENTIRAS NOVAS.

2 comentários:

Anónimo disse...

assunto encerrado.
Eaqui tb não se deveria achar mentiras novas?
Há que olhar o que se passa aqui e
depois para o exterior.............

José Gonçalves Cravinho disse...

Estou de acôrdo com o autor do texto.A posição do turco era de esperar pois a Turquia pertence à Horda nercenária da NATO cujo Capitão-Mor é o Tio Sam mafioso e flibusteiro que quer dominar o Mundo inteiro e para tal tem Bases Militares nos cinco Continentes e Esquadras Navais nos Sete Mares.
Afinal quem é que ameaça a Paz mundial?!