segunda-feira, 16 de abril de 2012

AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NO EGIPTO

Hazem Abu Ismaïl

De acordo com o"Guardian", a comissão eleitoral que averigua dos requisitos dos candidatos à eleição presidencial, decidiu excluir 10 dos 23 concorrentes ao escrutínio.

Entre os excluídos, figuram o general Omar Suleiman, chefe dos serviços secretos de Mubarak (que foi por alguns dias vice-presidente da República, antes da renúncia do raïs), o dirigente da Irmandade Muçulmana, Khairat al-Shater e o o xeque Hazem Abu Ismaïl, do partido salafista Al-Nur. A Irmandade Muçulmana possui um outro candidato, Mohammed Morsi (do Partido Liberdade e Justiça, profundamente ligado à Irmandade), que fora escolhido na previsão do impedimento de al-Shater.

Ao encontrar obstáculos legais para três dos mais conhecidos candidatos, a comissão eleitoral, certamente de acordo com o Conselho Supremo das Forças Armadas, procurou equilibrar a exclusão de al-Shater e de Abu Ismaïl com a do general Suleiman, um homem forte do antigo regime e que provavelmente se candidatou com o propósito de vir a compensar com a sua retirada a dos outros dois candidatos profundamente desagradáveis ao poder militar.

Assim, para a eleição dos próximos dias 23/24 de Maio aumentam as possibilidades de um homem não comprometido com os islamistas ou com os revolucionários e também não próximo do poder militar, Amr Mussa, que foi em tempos ministro dos Negócios Estrangeiros de Mubarak e depois secretário-geral da Liga Árabe.

Como se calcula, os militares, que continuam a controlar o Egipto, conduzirão o processo eleitoral pela forma que considerarem mais conveniente para o país, e para eles mesmos. Não será a forma mais democrática, mas talvez seja, afinal, a que permitirá uma transição mais tranquila. Mas só o futuro poderá confirmar a bondade desta opinião.

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