domingo, 6 de março de 2011

TAMBÉM NA ARÁBIA SAUDITA


Anteontem e ontem decorreram manifestações na Arábia Saudita, onde já há alguns dias, facto inédito, um grupo de intelectuais havia solicitado ao rei Abdullah uma Constituição, coisa não existente naquele país, governado pela sharia. Os protestos, partindo especialmente da população shiita, minoritária no país e economicamente discriminada, que já se fazem sentir desde há semanas, tiveram maior expressão em Holuf e Qatif, mas mesmo em Riyadh, a capital do reino, houve contestação e o pedido de um parlamento eleito. Estima-se que os manifestantes não tenham ultrapassado as 2.000 pessoas, enquanto os agentes das forças de segurança enviados para as localidades mais sensíveis seja da ordem dos 10.000 homens.

O rei da Arábia Saudita (que usa o título de Guardião das Duas Mesquitas Sagradas (Meca e Medina), regressou quarta-feira ao país, após uma ausência de três meses nos Estados Unidos, onde foi submetido a uma intervenção cirúrgica, e posteriormente em Marrocos, onde permaneceu algumas semanas em recuperação.

O rei Abdullah bin Abdul-Aziz Al Saud, que é também primeiro-ministro, tem 87 anos e o seu estado de saúde é precário. O príncipe herdeiro, seu meio-irmão, Sultan bin Abdul-Aziz Al Saud, tem 83 anos e parece sofrer de cancro. O terceiro na linha sucessória, o príncipe Nayef bin Abdul-Aziz Al Saud, tem 77 anos.

O reino da Arábia Saudita foi fundado em 1932, juntando os reinos do Hejaz e do Nedj, por Abdul-Aziz Al Saud, após várias e sangrentas lutas tribais, aproveitando a queda do Império Otomano, as falsas promessas dos ingleses ao sherif de Meca, Hussein bin Ali, e o apoio dos americanos.

Entretanto o rei Abdullah, segundo informações de Al Jazira, aliás muito parca em comentários quanto aos eventos na Arábia Saudita, destinou 37 mil milhões de dólares para subsídios aos seus súbditos.

Sem comentários: