terça-feira, 12 de junho de 2012

NOVOS INCIDENTES NA TUNÍSIA



Graves incidentes na Tunísia determinaram o restabelecimento do recolher obrigatório em Tunis e mais sete zonas do país, na sequência de acções violentas perpetradas pelos salafistas e que provocaram numerosos feridos e danos materiais.

A vaga de violência eclodiu ontem com o ataque dos extremistas a tribunais, esquadras da polícia e edifícios estatais, utilizando cocktails Molotov, pedras, armas de fogo e armas brancas. Em Tunis os confrontos verificaram-se principalmente nas cités de El Intilaka e Ettadhamen (na periferia da cidade), tendo depois alastrado aos bairros residenciais.

Parece que esta nova onda de incidentes, os piores desde a revolução do ano passado que levou à queda do regime de Ben Ali, foi inicialmente desencadeada por causa de uma exposição numa galeria de arte de La Marsa (uma espécie de Cascais tunisina) que conteria obras que os fundamentalistas consideraram ofensivas do islão.

O mufti da Tunísia, Othman Batikh, pediu à assembleia constituinte que aprovasse leis contra a blasfémia, afirmando que existem linhas vermelhas religiosas que não podem ser ultrapassadas.

Estes confrontos colocam problemas ao Ennahda, o partido islâmico supostamente moderado que governa a Tunísia, já que o líder da Al-Qaeda, Ayman Al-Zawahiri, apelou aos tunisinos para defenderem os princípios islâmicos contra o Ennahda, que acusou de trair a religião.

O alastrar, aliás não totalmente imprevisível, do fundamentalismo islâmico no norte de África tem causas próximas e remotas, entre estas todas as asneiras do Ocidente durante o período de colonização. E no passado recente o apoio da "comunidade internacional" aos regimes ditatoriais que, pelo menos, constituíam um dique às aventuras do radicalismo religioso. Outro disparate foi a precipitação do Ocidente em apoiar incondicionalmente todas as rebeliões que eclodiram após a insurreição tunisina, à excepção, óbvia, das monarquias do Golfo. Os líderes ocidentais, por ignorância nata e oportunismo duvidoso, atropelaram-se para ver quem chegava primeiro, alguns inspirados por falsos filósofos, como Bernard-Henri Levy.

Sendo a Tunísia o país globalmente mais culto da África do Norte, com um razoável nível de instrução da sua população, nomeadamente a jovem, compreende-se que os tunisinos, em especial os laicos e/ou de esquerda, se sintam traídos pela evolução dos acontecimentos, quando muitos deles (ingenuidade da juventude) contribuíram decisivamente para o derrube do regime e a instauração do que julgavam poderia vir a ser uma democracia (mesmo com todos os defeitos inerentes às democracias). Estão agora confrontados com um dilema: ou aceitam uma ditadura religiosa ou provocam uma nova revolução

Como escrevemos esta manhã, tudo está em aberto na Europa e no Norte de África.

2 comentários:

Anónimo disse...

No islam
allahu akbar= allah maometano é grande
No islam, não ninguém maior do que aquele allah.
aquele allah é o maior em tudo.
no corão, está que allah engana.
Então,
Se engana e é o maior, logo é o maior enganador.
E a verdade é que é tão mas tão enganador que os muçulmanos nunca descobriram esta e outras verdades sobre o enganador e maléfico sistema maometano.

Anónimo disse...

Como aliás já tinha sido profetizado por muitos conhecedores desta realidade, entre os quais se contam o autor do blog. Já em vários posts anteriores este tema tinha sido glosado e, como era de esperar, aí temos os resultados à vista. As revoluções, sabe-se sempre como começam, jamais se sabe como terminam. Sendo embora a afirmação já muito estafada, nem por isso deixa de mostrar a sua aplicabilidade no caso em apreço.
Marquis