sábado, 12 de novembro de 2011
A MANIFESTAÇÃO
Realizou-se hoje em Lisboa uma manifestação (na verdade, várias manifestações consubstanciadas num só propósito) de protesto contra o Orçamento de Estado para 2012 e as medidas de austeridade no mesmo contidas, consideradas insuportáveis pela população portuguesa.
A manifestação, que congregou cerca de 200 mil pessoas, juntou funcionários públicos, polícias, guarda-republicanos, guardas prisionais, reformados, estudantes, etc., e foi considerada uma preparação para a greve geral do próximo dia 24.
Os militares realizaram uma manifestação separada, que marchou do Rossio até ao Terreiro do Paço, frente ao Ministério das Finanças, e que contou com mais de 10 mil oficiais, sargentos e praças, trajando civilmente. Os militares apelaram à intervenção do presidente da República e irão concentrar-se no próximo dia 30 em frente do Palácio de Belém.
Entretanto, o almirante Vieira Matias, ex-Chefe do Estado-Maior da Armada, alertou para uma situação de "ruptura" nos três ramos das Forças Armadas.
Existe a convicção generalizada entre os portugueses de que o programa de austeridade que o Governo pretende impor não conseguirá recuperar Portugal, antes o conduzirá, se for aplicado, à destruição. Não são apenas as vítimas menos esclarecidas que o dizem, mas é a opinião da maior parte das figuras da inteligentzia nacional que o proclama sotto voce ou publicamente. A Grécia, que desde há muitos meses suporta um programa semelhante, continua na marcha para o abismo e a Itália seguir-lhe-ia o exemplo, se adoptasse, o que certamente não fará, medidas idênticas.
Nem os gauleiters propostos pelo Reich (Papademos ou Monti), lograrão qualquer sucesso. O que está profundamente errado, embora ainda ninguém, dentro da Nomenclatura, queira admiti-lo em público, é o sistema. E é esse que terá de mudar, mais tarde ou mais cedo.Com ou sem Terceira Guerra Mundial. Neste momento, além de protestar, só nos resta esperar.
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1 comentário:
Como diz Mário Soares, a manifestação dos militares deve ser levada a sério. Aparece como uma reivindicação de natureza económica, mas é só na aparência. O fundo é outro
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