Recebi na semana passada a mais recente gravação em DVD da ópera Turandot, de Giacomo Puccini (1858-1924), espectáculo realizado no Teatro alla Scala, em 2015, musicalmente correcto mas cenicamente desinteressante.
A direcção da orquestra foi de Riccardo Chailly e a encenação de Nikolaus Lehnhoff, sendo intérpretes das principais personagens a soprano sueca Nina Stemme (Turandot), o tenor letão Aleksandrs Antonenko (Calaf) e a soprano italiana Maria Agresta (Liù).
É do conhecimento geral que Puccini morreu antes de terminar o III Acto de Turandot, sendo a ópera completada pelo compositor Franco Alfano (1875-1954). Estreou-se no Scala, em 25 de Abril de 1926, dirigida por Arturo Toscanini, que suspendeu o espectáculo no ponto da partitura em que Puccini deixara a obra, voltando-se para o público e dizendo: “Foi aqui que o Mestre interrompeu o seu trabalho”. Foi guardado um minuto de silêncio, havendo depois uma imensa ovação.
O presente espectáculo tem a particularidade de utilizar uma outra versão para o final da ópera: a que foi realizada em 2001 pelo compositor Luciano Berio (1925-2003) e que foi apresentada pela primeira vez, em versão de concerto, em 24 de Janeiro de 2002, pela Royal Concertgebouw Orchestra, em Las Palmas, sob a direcção de Riccardo Chailly e depois em 25 de Maio de 2002, na Ópera de Los Angeles.
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