sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ATENTADOS EM DAMASCO



A explosão de dois carros armadilhados, que provocou pelo menos 40 mortos e mais de 100 feridos, constituiu o primeiro ataque realizado pelos opositores de Bachar Al-Assad na capital síria.

Os alvos escolhidos foram edifícios da segurança do Estado e entre as vítimas contam-se militares e civis. Estes actos terroristas, levados a cabo por bandos armados, ocorrem no dia seguinte à chegada a Damasco da missão de observadores da Liga Árabe. O governo sírio tem insistido que o levantamento contra o regime, que desde há meses se verifica no país, é largamente apoiado pela Al-Qaïda, que muitos insistem em afirmar tratar-se, afinal, de um braço armado da CIA. De resto, todos se lembram que Osama Bin Laden, antes de surgir à luz do dia como o rosto visível da Al-Qaïda, tinha sido um agente da CIA no Afeganistão, vindo a ser assassinado em circunstâncias pouco claras e nunca se tendo visto o seu cadáver.

A cidade de Damasco tinha sido até hoje um lugar relativamente tranquilo no panorama do país, mas os atentados de hoje deixam prever uma escalada de violência.

O Conselho Nacional Sírio, bloco que congrega várias forças de oposição, está a ser apoiado por vários países ocidentais e também pela Turquia, pela Líbia, pela Tunísia e pelos países do Golfo, através do emir Al-Thani, do Qatar.

O levantamento contra o regime de Assad integra-se na chamada Primavera Árabe, que levou ao derrube dos governos da Tunísia, da Líbia e do Egipto, países que se encontram agora, em alguns aspectos, pior do que antes das respectivas revoluções. Em todos eles se registaram intervenções, mais discretas nuns casos, mais às claras na Líbia, do chamado Mundo Ocidental, que, curiosamente, não interfere nas monarquias da Península Arábica. É claro que o factor petróleo é determinante.

O Ocidente pretende, através da insurreição na Síria e do caos no Iraque atingir o Irão, objectivo que se está a tornar mais difícil, na medida em que se desconhece, neste momento, a capacidade nuclear deste país.

É preciso aguardar pelas próximas semanas para se poder avaliar correctamente da evolução da situação. Então, esperemos!

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