domingo, 15 de maio de 2011

A FRANÇA EM ESTADO DE CHOQUE


Antes de viajar para os Estados Unidos pense duas vezes. Pode acontecer-lhe o que se verificou ontem com Dominique Strauss-Kahn. Obcecados por um puritanismo de raízes judaico-cristãs, os americanos vivem num clima de simultânea atracção e repulsa pelos rabos e outros órgãos sexuais masculinos e femininos. Há 200 anos que esta situação se mantém e não há volta a dar-lhe. Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita.

A França encontra-se em estado de choque pela prisão do director do FMI, antigo ministro das Finanças e putativo candidato socialista à presidência da República nas próximas eleições. O visado nega todas as acusações.

Sou de opinião, sempre fui, de que a justiça deve ser igual para todos, mas a simples proclamação de assédio por uma criada de quarto (que nem sequer tem Diário, como a de Buñuel), de que DSK a violou (ou tentou violar, já nem sei bem tal a profusão de notícias) merece a maior reserva. Parece que o visado tem uma atracção patológica por mulheres; mas se a tivesse por homens, ou por rapazes, não seria mais bem sucedido, pois hoje qualquer atitude de maior proximidade física configura imediatamente a ideia de uma tentativa de índole sexual.

Vivemos numa época de hipocrisia e de uma pretensa exaltação de valores morais. As verdadeiras origens greco-romanas do Ocidente afundaram-se na cloaca do capitalismo financeiro internacional impulsionado pela América e seus sequazes.

Não sabemos ainda se DSK, num impulso desvairado se atirou à chambermaid ou se está enredado numa sinistra armadilha político-financeira, relacionada com a forma como tem dirigido o FMI, bem diferente dos seus antecessores, ou com a eventual candidatura à presidência da França. Nos tempos que correm tudo é possível e já nada espanta.

Recorde-se que o anterior presidente do Banco Mundial, o judeu-americano Paul Wolfowitz (subsecretário de Estado da Defesa dos EUA, no tempo de Bush) foi obrigado a renunciar ao cargo, acusado de favorecimento dentro da instituição a uma sua namorada, a inglesa nascida na Tunísia Shaha Ali Riza. Também o pai de DSK tem raízes judaicas e a mãe é de origem tunisina, tendo ele vivido em Marrocos dos seis aos onze anos. Demasiadas coincidências.

Também espanta a precipitação das autoridades americanas em prender DSK, por um suposto assédio sexual, num país em que a prática de homicídios é moeda corrente. Mais uma vez os EUA apresentam uma história mal contada, pelo menos do que se sabe até à data. Mas depois da suposta morte de Bin Laden há alguns dias, deveremos estar preparados para tudo.

1 comentário:

ZÉ DOS ANZÓIS disse...

Estaria Sarkozy interessado nesta prisão? E quais as consequências para a política futura do FMI?

Ouvi na televisão um jornalista dizer que ele pode ser condenado até 20 anos de prisão. Por sair da casa de banho nu e agarrar uma criada, mesmo que isto seja verdade?

A legislação americana, aliás variável consoante os Estados, e os estados, é um susto. Condenam pessoas à cadeira eléctrica (a pena de morte ainda não foi abolida) e deixam criminosos de guerra como Bush a passear á solta. Os Estados Unidos são de facto o país mais horroroso do mundo.