POST PUBLICADO HOJE NO BLOGUE "PORTUGAL DOS PEQUENINOS"
NÃO SIGA AQUELE RABO
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Mal chegou ao Eliseu, em Maio de 1981, Mitterrand aconselhou Jacques Attali, seu colaborador directo. Era, aliás, insuspeito na matéria. «A única coisa que lhe peço é que desconfie das mulheres. Sim, estou a falar a sério: das mulheres! Elas têm uma atracção por quem exerce o poder e estão dispostas a tudo para se aproximar. Farão de tudo para se aproximar de si. Desconfie sempre, sempre.» Strauss-Kahn, aparentemente, nunca se aconselhou com Mitterrand sobre este assunto. Nos democráticos EUA, um rabo é infinitamente mais perigoso que o colesterol ou atravessar a rua sem olhar para os carros. O que mais me impressionou numa esquadra em pleno centro de Nova Iorque foi a profusão de cartazes, cheios de "modes d'emploi" acerca do "assédio sexual", a apelar à delação através de dezenas de números de telefone. O pérfido encanto dos EUA consiste neste permanente oscilar entre o mais reaccionário puritanismo e a mais reles devassidão e desprezo pelos famosos "direitos humanos". Não terá sido, aliás, por acaso que Gore Vidal "estudou" o caso Timothy McVeigh na Vanity Fair de Novembro de 1998, e acabou por se corresponder com o condenado à morte por ter destruído à bomba o Murrah Federal Building de Oklahoma. Strauss-Kahn, actual director-geral do FMI e putativo candidato presidencial francês, não é exactamente nem mais nem menos do que qualquer outro homem atraído por rabos alheios, na circustância femininos. Ter supostamente tentado ir mais longe no devaneio, valeu-lhe, em solo norte-americano, o vexame de ter sido retirado da 1ª classe do avião que o traria à Europa para tratar da grande política. E ter-lhe-á valido a presença diante de um juiz ou de uma juiza de rabos menos interessantes do que o da empregada do hotel, alimentados a coca-cola e a hamburgers, que lhe vomitaram o seu insuportável moralismo jurídico, intraduzível e impróprio para meridionais. Isto é o género de peripécia que pode acabar com um homem público e tornar um rabo anódino e contingente famoso. Laclos e Sade fartaram-se de avisar bem antes de Mitterrand.
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