segunda-feira, 30 de maio de 2011

INTERRUPÇÃO

Por motivo de ausência do seu autor, a actividade deste blogue será suspensa durante alguns dias.

domingo, 29 de maio de 2011

MANIFESTAÇÃO PRÓ-MLADIC EM BELGRADO



Mais de 10.000 pessoas manifestaram-se hoje em Belgrado contra a prisão do general Ratko Mladic, considerado por grande parte dos sérvios como um herói nacional.

Vieram pessoas de todos os pontos do país e verificaram-se graves confrontos com a polícia.

A desagregação da Jugoslávia, favorecida pela Alemanha e pelo Vaticano e apoiada por outros países europeus. deu origem a uma guerra de muitos anos, à separação do Kosovo da República Sérvia e a centenas de milhar de mortos e feridos entre sérvios, croatas e muçulmanos. Os vendedores de armas fizeram um belo negócio com esta guerra, e quais abutres famintos, estão permanentemente a fomentar novas guerras.

MANIFESTAÇÃO EM PARIS


Mais de 3.000 franceses encontram-se "acampados" em Paris, na Praça da Bastilha, frente ao novo edifício da Ópera, em solidariedade com os espanhóis que desde há alguns dias ocupam várias praças de Espanha, nomeadamente em Madrid e Barcelona. Este movimento dos "indignados" que começa a assumir uma dimensão internacional, pretende alargar-se a toda a Europa, contestando as políticas até aqui prosseguidas pela União, e que se têm revelado catastróficas para os cidadãos dos países aderentes.

Segundo um estudante francês esta reunião na Bastilha é altamente simbólica, mesmo para os estrangeiros, pois o local representa a revolução e a liberdade.

Estão previstas manifestações nos próximos dias em Roma, Berlim, Bruxelas, Amesterdão, Atenas (onde prosseguem), Belgrado, etc. Afigura-se, já, imparável, a contestação ao actual sistema político-económico-financeiro da Europa.

AS MANIFESTAÇÕES EM ESPANHA


Continuam acampadas em várias cidades de Espanha, nomeadamente em Madrid, nas Puertas del Sol, e em Barcelona, na Plaza de Catalunya, milhares de pessoas que contestam o actual sistema político e económico e pedem a instauração de uma verdadeira Democracia.

Plaza de Catalunya

A situação agravou-se esta madrugada em Barcelona, com mais de uma centena de feridos e de detidos, quando as forças da ordem pretenderam desalojar os acampados. Os espanhóis estão a imitar os egípcios que se instalaram na praça At-Tahrir até à queda do presidente Mubarak. Em Lisboa existe uma reprodução no Rossio, mas que não tem suscitado, por ora, uma considerável adesão.

Considerando o agravamento da situação na Grécia, a periclitante situação em Itália, a crise na Irlanda, o descontentamento na Bélgica e mesmo a cada vez mais insustentável posição de Angela Merkel à frente do governo da Alemanha, para já não falar dos votos atribuídos a Sarkozy nas sondagens em França,  as expectativas quanto ao futuro da União Europeia são as piores.

EGIPTO ABRE FRONTEIRA COM GAZA



O Egipto abriu ontem a fronteira com a faixa de Gaza, em Rafah, encerrada desde há quatro anos. É um acto político da maior importância humanitária mas também um gesto simbólico. A partir de agora, as mulheres e crianças palestinianas podem atravessar livremente a fronteira para o Egipto. Também os homens, desde que tenham menos de 18 anos e mais de 40; os restantes deverão obter visto em Ramallah. Cercados por Israel por todos os lados, a fronteira com o Egipto, em Rafah, que se encontrava fechada desde há quatro anos, é agora o ponto que permite a saída de palestinianos da faixa de Gaza.



Esta medida desagradou naturalmente a Israel, mas foi bem vista pelas Nações Unidas, que consideram ilegal o bloqueio israelita a Gaza.

sábado, 28 de maio de 2011

A REVOLUÇÃO DE 28 DE MAIO


Ocorre hoje o 85º aniversário da Movimento iniciado em Braga pelo general Gomes da Costa e que teve a imediata adesão das principais guarnições do país.Gomes da Costa entrou em Lisboa a 6 de Junho de 1926, à frente das tropas, desfilando pela Avenida da Liberdade e sendo aclamado pelo povo da capital, cansado dos sucessivos pronunciamentos militares verificados desde a queda da Monarquia e angustiado pela insustentável situação financeira da nação.

Este movimento, que ficou conhecido como Revolução Nacional, viria a dar origem ao Estado Novo e pôs termo à Primeira República Portuguesa. Em 1928, foi chamado a assumir a pasta das Finanças o professor António de Oliveira Salazar, que se tornaria chefe do Governo em 1932, cargo que exerceu até 1968. Em 1933 uma nova Constituição substituiu a de 1911.

A Segunda República Portuguesa durou até 25 de Abril de 1974, data em que foi derrubada por outro golpe militar, sendo a Terceira República hoje regida pela Constituição de 1976.

Os mais interessados têm ao seu dispor vasta bibliografia sobre a matéria.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

RECORDANDO CÉLINE



Nascido a 27 de Maio de 1894, Louis-Ferdinand Céline é um dos mais controversos escritores franceses do século passado. O blogue "Portugal dos Pequeninos" apresenta uma entrevista com o autor de Voyage au bout de la nuit. Foi também publicada em França, esta semana, uma notável biografia do escritor, assinada por Henri Godard e intitulada Céline, e que constituirá a obra de referência sobre o homem que revolucionou a moderna literatura francesa.

A propósito do cinquentenário da morte de Céline, que este ano se comemora, referimo-nos neste post  e também nestoutro.

MOURINHO E HITLER


Segundo informa hoje o PÚBLICO, Ramon Calderon, antigo presidente do Real Madrid, afirmou que quem manda no clube não é Florentino Pérez, mas José Mourinho, que comparou a Adolfo Hitler. Deve ler-se a notícia integral.

UM DIA HISTÓRICO


"Um dia histórico para a justiça internacional", foi assim que Ban-Ki-Moon, secretário-geral da ONU, classificou a prisão, ontem efectuada em Lazarevo, a nordeste de Belgrado, do general Ratko Mladic, antigo comandante dos sérvios da Bósnia, e há 16 anos procurado por crimes que terá provocado aquando da guerra na Bósnia.

Segundo informação do presidente sérvio Boris Tadic, o acusado será transferido dentro de dias para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, em Haia, a fim de responder por genocídio e crimes contra a humanidade.

Várias personalidades internacionais de duvidosa reputação consideraram que a detenção de Mladic é um gesto histórico e que facilitará a entrada da Sérvia na União Europeia. Entre essas "personalidades" encontram-se os presidentes Barack Obama e Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, o ministro dos Estrangeiros britânico William Hague, o presidente da Comissão Europeia Durão Barroso, a chefe da diplomacia europeia Catherine Ashton, o comissário para o Alargamento Europeu Stefan Füle e ainda os primeiro-ministros da Eslovénia e da Croácia, respectivamente Borut Pahor e Jadranka Kosor. Não notei, através da imprensa internacional, a satisfação da senhora Merkel, mas talvez se trate de uma questão de pudor.

A guerra que provocou a desintegração da antiga República da Jugoslávia ainda não foi devida e objectivamente estudada e talvez nunca o venha a ser. Houve certamente muitos crimes, como acontece geralmente em todas as guerras, e haverá criminosos de todos os lados do conflito. Haverá também criminosos políticos que instigaram à guerra por palavras e por obras, e esses nunca foram acusados e jamais serão julgados.

O general Ratko Mladic não será seguramente uma pessoa isenta de culpas, mas as guerras são sempre trágicas e a aplicação da justiça é feita sempre pelos vencedores, independentemente de considerações morais ou patrióticas. Vae victis, como exclamou há mais de dois mil anos o general gaulês Brennus, vencedor dos romanos.

Também não consta que o Tribunal Penal Internacional tenha alguma vez pedido a captura de dirigentes de vários países sobre os quais impendem gravíssimas acusações desde há décadas.

Não estou igualmente certo que a população sérvia se mostre impaciente pela adesão do seu país à União Europeia, uma instituição em vias de desagregação, que proporciona, sem dúvida, óptimos empregos para uns milhares de cidadãos privilegiados que se encontram principescamente instalados em Bruxelas, Estrasburgo e um pouco por todo o mundo, em representações diplomáticas.

É bem verdade que a política internacional está pelas ruas da amargura. Sugiro, por isso, a leitura do livro de Slavoj Zizek (um ex-jugoslavo), First as Tragedy, Then as Farce.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

INTERMEZZO FUTEBOLISTICO


Quebrando uma sucessão de más notícias, debruçamo-nos esporadicamente sobre o futebol. Segundo o jornal  "El País" o jogador Manu del Moral (Manuel del Moral Férnandez), natural da Andaluzia, da equipa do Getafe e já contratado para a próxima época pelo Sevilla FC, é a principal novidade da convocatória de Vicente del Bosque para a selecção nacional espanhola.


A Espanha jogará contra os Estados Unidos e a Venezuela nos próximos dias 4 e 7 de Junho, e a inclusão de Del Moral constituirá  certamente uma mais-valia na equipa espanhola, dados os méritos deste jogador, comprovados desde 2001 no Atlético de Madrid.


Entre os convocados contam-se Iker Casillas, Fernando Torres,Gérard Piqué, David Villa, etc.


BRADLEY MANNING (II)



Ocorre hoje o primeiro aniversário sobre a data em que o soldado Bradley Manning foi preso na Base Hammer, no Iraque. Em 17 de Dezembro do ano passado, publicámos um post sobre as condições desumanas em que se encontrava detido o jovem soldado que nessa data completava 23 anos e que supostamente forneceu informação confidencial a Julian Assange, fundador da WikiLeaks.

O soldado Manning está desde 20 de Abril numa prisão do Kansas, e continua  a aguardar julgamento, em contradição com a 1ª emenda à Constituição dos Estados Unidos, que impede a limitação da liberdade de expressão.

Neste caso, como em Guantánamo e muitos outros, a lei nos EUA é letra morta.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A TEORIA DA CONSPIRAÇÃO



Publiquei o mês passado um post sobre o livro de Antoine Vitkine Mein Kampf - Histoire d'un livre, cuja tradução portuguesa acabava de ser editada. Pareceu-me um livro decente, razoavelmente documentado, abordando a criação e divulgação da bíblia do nazismo, embora com algumas alusões à chamada "teoria da conspiração". Por esse livro tomei conhecimento que Vitkine, jornalista e realizador de documentários, dera à estampa, em 2005, uma outra obra, Les nouveaux imposteurs, que agora acabei de ler.
 
Se o autor pretendeu desconstruir aquilo a que chama "teoria da conspiração", criada pelos "novos impostores", o seu propósito falhou. Ao tentar desmontar as "conspirações", que classifica como meras coincidências, Antoine Vitkine mais não faz do que dar razão aos que, não sendo totalmente ingénuos, entendem que nem tudo acontece por acaso.

Direi mais: na tentativa inútil de "desmascarar" os pretensos "conspiradores", Vitkine acaba por fornecer indicações preciosas sobre factos, pessoas e obras que muito aproveitam a quem se interessa por estas matérias e que sem o contributo de A.V. provavelmente nunca conheceriam. Suscita-se, assim, uma dúvida: pretendeu o autor destruir as teorias da conspiração ou, ao contrário, e com esse pretexto, antes diligenciou carrear novo material, porventura desconhecido, para utilização dos supostos "conspiradores"?.

Numa coisa Vitkine tem absoluta razão. Quando alude ao envolvimento de Roosevelt no ataque japonês a Pearl Harbor. Escreve ele: «La raison d'État est parfois scandaleuse au regard de la morale ordinaire. Les historiens sont quasiment certains, aujourd'hui, que le président Roosevelt a laissé les Japonais attaquer Pearl Harbor pour pousser une opinion américaine jusque-là réticente à entrer en guerre contre l'Allemagne et le Japon. À cet acte que d'aucuns trouveront scandaleux et amoral, nous, Français, devons probablement d'avoir été liberés du nazisme. Roosevelt est-il un salaud ou un homme d'État?» (Página 60).

É claro que hoje todas as pessoas honestas e informadas conhecem este triste episódio da história americana. O ataque a Pearl Harbor não apressou, como às vezes se diz, o fim da guerra, antes causou a morte de  mais de 2.500 marinheiros da esquadra americana, havendo ainda a registar mais de 1.200 feridos militares, além dos mortos e feridos civis. Uma comissão de inquérito nunca esclareceu devidamente o caso, mas o ataque foi pretexto para a entrada dos EUA na Segunda Guerra. Tal como nenhuma comissão de inquérito esclarecerá alguma vez se o ataque às Torres de New York foi ou não o pretexto para a invasão do Afeganistão e do Iraque. Sobre Pearl Harbor e Roosevelt, o escritor e político francês Alain Decaux documenta exaustivamente o caso no seu livro Nouveaux Dossiers Secrets (1967).

Concluindo, o livro em apreço não consegue identificar qualquer pretenso impostor a fabricar teorias conspiratórias. Se algum impostor existe ele é o próprio Antoine Vitkine.


terça-feira, 24 de maio de 2011

AINDA SOBRE DOMINIQUE STRAUSS-KAHN (II)

 


Porta do quarto 2806 do Hotel Sofitel, em New York, um estabelecimento que não se deve frequentar



Em carta enviada aos funcionários do FMI, Dominique Strauss-Kahn reafirma a sua inocência e declara que pediu a demissão do cargo para poupar a instituição ao seu "pesadelo".

Também o blogue "Portugal dos Pequeninos" faz referência ao "bloc-notes" de Bernard-Henri Lévy, que enuncia alguns princípios fundamentais sobre o caso Strauss-Kahn, vituperando os tablóides norte-americanos pela forma como abordaram e continuam a abordar o assunto.

Os tablóides norte-americanos são, de resto, muito semelhantes aos britânicos, e de uma forma geral à imprensa tablóide de todo o mundo. É um tipo de imprensa que agride violentamente não só aqueles que transforma em alvos como a saúde mental de todos os cidadãos. Deveria ser pura e simplesmente eliminada e os seus responsáveis adequadamente punidos.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

RUI VILAR


Em entrevista de ontem ao "Diário de Notícias", Rui Vilar, presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, que se reformará do cargo em breve, por ter concluído o tempo legal agora consignado nos Estatutos, afirmou, entre várias e importantes coisas, que a manutenção da Cultura com a categoria de ministério num próximo governo é simbolicamente importante e que a fusão de ministérios, numa altura em que todas as atenções devem convergir para a governação da coisa pública, poderá prejudicar a operacionalidade do governo. Admite, todavia, uma redução do número de ministros, ficando um ministro com mais do que uma pasta.

domingo, 22 de maio de 2011

sábado, 21 de maio de 2011

PORTUGUESES (E ESPANHÓIS) OCUPAM O ROSSIO


Algumas centenas de jovens portugueses (e também espanhóis) ocupam desde ontem a praça do Rossio. E, como nas praças do país vizinho, limpam o recinto dos vestígios da ocupação. Não têm líderes e estão fartos dos políticos, das crises, da falta de emprego, dos mercados, das guerras. Clamam que "o povo unido não preciso de partido" e empunham cartazes pacifistas. A polícia, que passou pelo local, não interveio, quase se solidarizando com os manifestantes. Aguardam-se os próximos episódios.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

AINDA SOBRE DOMINIQUE STRAUSS-KAHN

Quarta-feira, 18 de Maio de 2011


Dominique Strauss Kahn foi eliminado por ameaçar a elite financeira mundial

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Dominique Strauss Kahn foi vítima de uma conspiração construída ao mais alto nível por se ter tornado uma ameaça crescente aos grandes grupos financeiros mundiais. As suas recentes declarações como a necessidade de regular os mercados e as taxas de transacções financeiras, assim como uma distribuição mais equitativa da riqueza, assustaram os que manipulam, especulam e mandam na economia mundial.


Não vale a pena pronunciar-nos sobre a culpa ou inocência pelo crime sexual de que Dominique Strauss Kahn é acusado, os media já o lincharam. De qualquer maneira este caso criminal parece demasiado bem orquestrado para ser verdadeiro, as incongruências são muitas e é difícil acreditar nesta história.


O que interessa aqui salientar é: quem beneficia com a saída de cena de Strauss Kahn?

Convém lembrar que quando em 2007 ele foi designado para ser o patrão do FMI, foi eleito pelo o grupo do clube Bilderberg, do qual faz parte. Na altura, ele não representava qualquer "perigo" para as elites económicas e financeiras mundiais com as quais partilhava as mesmas ideias.


Em 2008, surge a crise financeira mundial e com ela, passados alguns meses, as vozes criticas quanto à culpa da banca mundial e à ao papel permissivo e até colaborante do governo norte-americano. Pouco a pouco, o director do FMI começou a demarcar-se da política seguida pelos seus antecessores e do domínio que os Estados Unidos sempre tiveram no seio da organização.


Ainda no início deste mês, passou despercebido nos media o discurso de Dominique Strauss Kahn. Ele estava agora bem longe do que sempre foi a orientação do FMI. Progressivamente o FMI estava a abandonar parte das suas grandes linhas de orientação: o controlo dos capitais e a flexibilização do emprego. A liberalização das finanças, dos capitais e dos mercados era cada vez mais, aos olhos de Strauss Kahn, a responsável pela proliferação da crise "made in America".


O patrão do FMI mostrava agora nos seus discursos uma via mais "suave" de "ajuda" financeira aos países que dela necessitavam, permitia um desemprego menor e um consumo sustentado, e que portanto não seria necessário recorrer às privatizações desenfreadas que só atrasavam a retoma económica. Claro que os banqueiros mundiais não viam com bons olhos esta mudança, achavam que esta tudo bem como sempre tinha estado, a saber: que a política seguida até então pelo FMI tinha tido os resultados esperados, isto é os lucros dos grandes grupos financeiros estavam garantidos.


Esta reviravolta era bem-vinda para economistas progressistas como Joseph Stiglitz que num recente discurso no Brooklings Institution, poderá ter dado a sentença de morte ao elogiar o trabalho do seu amigo Dominique Strauss Kahn. Nessa reunião Strauss Kahn concluiu dizendo: "Afinal, o emprego e a justiça são as bases da estabilidade e da prosperidade económica, de uma política de estabilidade e da paz. Isto são as bases do mandato do FMI. Esta é a base do nosso programa".


Era impensável o poder financeiro mundial aceitarum tal discurso, o FMI não podia transformar-se numa organização distribuidora de riqueza. Dominique Strauss Kahn tinha-se tornado num problema.


Recentemente tinha declarado: "Ainda só fizemos metade do caminho. temos que reforçar o controlo dos mercados pelos Estados, as políticas globais devem produzir uma melhor distribuição dos rendimentos, os bancos centrais devem limitar a expansão demasiado rápida dos créditos e dos preços imobiliários Progressivamente deve existir um regresso dos mercados ao estado".


A semana passada, Dominique Strauss Kahn, na George Washington University, foi mais longe nas suas declarações: "A mundialização conseguiu muitos resultados...mas ela também um lado sombrio: o fosso cavado entre os ricos e os pobres. Parece evidente que temos que criar uma nova forma de mundialização para impedir que a "mão invisível" dos mercados se torne num "punho invisível"".


Dominique Strauss Kahn assinou aqui a sua sentença de morte, pisou a alinha vermelha, por isso foi armadilhado e esmagado.


PUBLICADO PELO BLOGUE "Octopus"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

NA DEMISSÃO DE DOMINIQUE STRAUSS-KAHN

Atendendo à sua situação de detido, o director-geral do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, acabou de apresentar por escrito a demissão do lugar. Já ontem, a ministra das Finanças de Espanha, Elena Salgado, e a sua homóloga austríaca, Maria Theresia Fekter, duas mulheres pouco recomendáveis, haviam insistido para que DSK renunciasse rapidamente ao posto. Parece que estão ambas solidárias com a suposta criada de quarto. Coisas de fêmeas.


Logo a seguir à renúncia, começaram a aparecer nomes de possíveis sucessores. Um dos mais falados é José Manuel Barroso, presidente da Comissão Europeia. Acho, que como pagamento da Cimeira das Lajes, em que recebeu três figuras sinistras, Bush, Blair e Aznar, já teve a sua recompensa. Não deveremos ser demasiado exigentes. Disputa-se (é o verbo adequado) o cargo. Talvez Christine Lagarde, ministra francesa das Finanças. Só haverá mulheres como ministras das Finanças na Europa??? Mas poderia ser uma solução de compromisso entre o homúnculo do Eliseu e a chancelerina do Reich.


Faço uma sugestão. Já que os poderes internacionais apontam para um europeu, porque não o inefável Vítor Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal, onde procedeu a uma notória actividade de regulação, em prémio da qual lhe foi dado o lugar de vice-governador do Banco Central Europeu, também com o pelouro da regulação (não sei com que intenções). Lá teríamos mais um português à frente de uma instituição internacional, com Guterres, que deixou o país no pântano e foi para alto-comissário da ONU para os Refugiados, com Barroso, que fugiu de Portugal a sete pés para a presidência da Comissão, e com Sampaio, que findo o glorioso mandato de presidente da República foi designado Alto-Representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Estas prebendas, que também são atribuídas a cidadãos de outros países, justificam plenamente o estado a que o mundo chegou.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

LARS VON TRIER PROCLAMA-SE NAZI


O famoso realizador dinamarquês Lars von Trier proclamou-se hoje nazi numa conferência de imprensa no Festival de Cannes, a propósito do seu último filme Melancholia. "Sou nazi" e "compreendo Hitler", disse von Trier, escandalizando a assistência.

Segundo o jornal Guardian, von Trier acrescentou: "Que posso dizer? Eu compreendo Hitler. Ele fez algumas coisas erradas, sem dúvida, mas eu consigo vê-lo sentado no seu bunker, no fim. .. Simpatizo com ele, um bocadinho".

Verificando que estava a chocar fortemente o público, o realizador declarou depois que não era a favor da Segunda Guerra Mundial e que não era contra os judeus.

Aguarda-se com expectativa a exibição do filme.

MANIFESTAÇÕES EM ESPANHA


Centenas de milhar de manifestantes estão concentrados em Madrid, nas Puertas del Sol e na Plaza Mayor, protestando contra as políticas económicas e financeiras de Espanha e da Europa.  Os espanhóis pretendem manter-se acampados, imitando os egípcios da praça At-Tahrir. A intervenção policial encontrou resistência, tendo-se verificado já vários feridos e inúmeras detenções. A Junta Eleitoral de Madrid proibiu a continuação da concentração mas os contestatários afirmam que não arredarão pé.


Estão a verificar-se igualmente manifestações de protesto em várias outras cidades espanholas, contra as políticas restritivas da União Europeia, preconizadas pela chancelerina do Reich e seus parceiros vikings da Escandinávia, que pretendem reduzir à miséria a Europa do Sul.

INCIDENTES NA IRLANDA



Registaram-se ontem sérios confrontos em Dublin, entre as forças de segurança e os manifestantes que protestavam contra a visita à Irlanda da rainha Isabel II. Dos incidentes resultaram vários feridos e numerosas detenções, ainda que a soberana britânica não tenha sido molestada devido a um efectivo de mais de 10.000 homens destacados para proteger a primeira visita de um monarca do Reino Unido ao Eire desde a independência do país. Uma parte da cidade de Dublin foi mesmo interdita à circulação.

JUÍZA MELISSA JACKSON


Foi esta mulher que se recusou a aceitar a caução de Dominique Strauss-Kahn para que este pudesse aguardar o julgamento em liberdade.

Nunca deverá ter saído dos Estados Unidos, mas para o caso de se deslocar ao estrangeiro, nomeadamente a França, aqui se publica a sua foto para os fins convenientes.

DUAS CIVILIZAÇÕES

"Le sort infligé à DSK par la justice américaine" me fait penser "que le peuple américain et nous n’appartenons pas à la même civilisation". Par Jean Daniel

Dominique Strauss-Kahn (AFP) Dominique Strauss-Kahn (AFP)
Des impératifs rédactionnels m’obligent chaque semaine à rédiger mon éditorial pour le lundi soir à 17h00. Plus rien n’est possible après. Jusqu’à maintenant, il n’y avait pas eu de catastrophes. Cette fois-ci, c’est différent. J’ai passé la nuit à pester contre la technique. Donc, aujourd’hui, ceci.

Le sort infligé à DSK par la justice américaine, par la conception que nous avons de la transparence, par le règne de l’image, bref par les lois nouvelles de notre métier, ce sort est tout simplement épouvantable.

Nous avons assisté à l’organisation médiatique d’une mise à mort, comme dans une corrida où l’on sait que le taureau va mourir, sauf qu’il n’y avait cette fois aucun torero qui prenne des risques. Strauss-Kahn donnait bien l’impression d’un taureau blessé qui met un genou à terre et attend l’estocade.

Il avait l’air de dire : "Finissons-en puisque vous voulez ma mort." Pourquoi cette retransmission publique de son calvaire ? Au nom de l’égalité ! Au nom du devoir de transparence ! Voilà comment l’on transforme, salit et déshonore des principes qui ont eu leur noblesse. L’égalité ? Tous les acteurs élus de cette cérémonie - car ils sont tous élus, la juge comme les policiers - savaient que Strauss-Kahn n’était pas un homme comme les autres et qu’il ne serait pas également traité par la meute des journalistes, des photographes et de cameramen qui l’attendaient.

C’était au contraire une inégalité savamment organisée et appliquée. La transparence ? Mais laquelle ? Ou a-t-on entendu un juge quelconque donner le détail des chefs d’accusation, tous les détails mais surtout les preuves.

Car c’est bien cela, la présomption d’innocence. Si l’on renonce à présumer innocent un accusé, alors, il faut justifier ce renoncement en disant sur quelles preuves on s’appuie. C’est là l’essentiel.

Or jusqu’ici, on ne nous a présenté aucune preuve, se contentant de dire que si l’on maintenait Dominique Strauss Kahn en prison, "ce n’était pas pour rien" et aussi par crainte qu’il ne s’enfuie s’il était mis en liberté provisoire. C’est cela le plus choquant, ce raisonnement qui revient à dire "Il n’y a pas de fumée sans feu", ou encore "Pensez-vous que nos juges élus, qui représentent le peuple américain, enverraient dans une prison de bagnards l’un des plus hauts fonctionnaires internationaux sans savoir ce qu’ils font ?".

Car ces hommes responsables de la mise à mort de DSK sont des représentants du peuple, au même titre que les sénateurs ou les membres du Congrès.

Supposons, oui, j'accepte cette supposition, que Dominique Strauss-Kahn soit réellement l'auteur de ce dont la femme de chambre l'accuse, dans ce cas-là, elle serait la victime et il ne faudrait pas l'oublier.

Et le présent texte n'a pas pour objet d'innocenter un coupable et d'accabler une innocente. Supposons que la juge américaine ait pensé avoir de très bonnes raisons de maintenir en détention un présumé innocent et d'offrir à la foule le spectacle d'un homme désigné à une sorte de lynchage médiatique.

Tous nos arguments demeureraient les mêmes. Pour éviter le lynchage et la vindicte populaire, on a inventé la présomption d'innocence. Cela ne veut pas dire que cela doive profiter si peu que ce soit à une éventuelle victime.

Si jamais les preuves étaient données de la culpabilité de Dominique Strauss-Kahn, cela ne justifierait en rien le manquement aux principes et les vices de procédure. Simplement, en ce qui nous concerne, nous serions scrupuleusement attentifs et compréhensifs pour cette femme de chambre que l'on décrit comme digne et à l'abri de tout soupçon.

L’année dernière, j’ai eu l’impression que s’ouvrait un fossé entre le peuple américain et nous. J'ai même pensé que nous n'appartenons pas à la même civilisation. Or, au moment où j'écris, je vois que de grandes voix se sont élevées pour exprimer un point de vue très proche du nôtre. Ce serait un immense soulagement si elles arrivaient à dominer l'hystérie de la majorité des commentaires.


Jean Daniel - Le Nouvel Observateur
 

Nota: Sabe Jean Daniel e sabemos todos que nós, europeus, e os americanos, não pertencemos à mesma civilização. Não sei, mesmo, se existe nos EUA (não confundir com o resto do continente americano onde vive gente decente), civilização. É um assunto a que regressaremos mais tarde.

terça-feira, 17 de maio de 2011

SOBRE A FEALDADE DA AMÉRICA


Porque se trata de um post importante publicado no blogue "Combustões", passo a transcrevê-lo:


«Pronto, parece que colou a estória do ogre velho, gordo, peludo, rico e impune sevando lubricidade sobre a desprotegida trabalhadora. É o sonho americano, o esquematismo, a ausência de qualquer linha actancial, a suspensão da inteligência. Há fulanos maus, absoluta e irrecuperavelmente maus e há, por necessidade de equilíbrio cósmico, os absolutamente bons. O aggiornamento dos contos para crianças implica fazer correcções em favor das crenças de género, religião, raça e mesmo saúde dos bons e dos maus.

É a América, sem grandeza, sem elaboração, pequena e puritana, pacóvia e excessiva. A América da Lei Seca, claro; do Código Hayes, claro; dos 90.000.000 de processos do FBI sobre meio-país, mas também a América do anti-tabagismo primário - totalitário, roncante, quase idiota - que faz transportar a gente mais gorda e feia do planeta em carros que poluem mais por quilómetro que 10 maços de tabaco; a América que inventou o medo das pedofilias e o espalhou ao ponto de, hoje, um adulto não se atrever afagar a cabeça de uma criança; a América, onde um professor não pode receber estudantes no seu gabinete e fechar a porta; a América obcecada com a saúde, mas que nem gastronomia possui - o mínimo que se pode exigir a uma cultura - para além das pipocas e sandes; a América que odiou as monarquias e só quis Reis da Marmelada, dos imperadores dos tijolos, marqueses dos elevadores e das máquinas de lavar a roupa; a América que converteu a religião no terceiro negócio mais lucrativo do país, imediatamente antes do negócio da coca e das armas. Há quem goste daquilo, habitualmente pessoas muito pouco exigentes e fascinadas pelo grande, pelo rico e pelo "shining". Acho tudo aquilo absolutamente nasty, revolting e disgusting, a começar pela juíza de garrafa de plástico em cima da mesa.

É claro que há gente que não respeita nada nem ninguém, por mais que naquelas línguas saiam torrentes de boas-novas e protestos de amor pelos "valores" e até por "deus". Conheci no Oriente uma dessas criaturas velhas e impenitentes que se atirava com despudor a tudo quanto lhe entrasse porta adentro, uma mistura de direito de pernada neo-colonial e clara percepção de impunidade. Não sei, nem me interessa, se DSK é um predador, mas a América que se eriça de furores para o julgar seria melhor se o não fosse; ou seja, se não fosse América e fosse um pouco mais europeia.»

OS ESTADOS UNIDOS SÃO O MAL ABSOLUTO

 Um troféu na crise

  
Publicado por Luís Januário no blogue "A Natureza do Mal"

A imagem exibida pela polícia americana do presidente do FMI merecia uma atenção demorada.Quatro linhas de reflexão, como diria o outro. Primeiro: O homem está algemado e rodeado por um número considerável de polícias(o campo foi reduzido). A acusação é de "acto sexual criminoso", segundo o Libération. Porque está algemado? Espera-se que salte para cima dos polícias e tente violá-los? Que tente furtar-se à justiça? Não, DSK é mostrado a todos os povos do mundo como símbolo da justiça americana, universal, não poupando os poderosos. Se o cadáver de Bin Laden podia chocar os bons cidadãos, tomai então este outro vilão. Segundo: A imprensa responsável da Europa já publica tudo: o passado intimo, a transcrição de tablóides, a citação de bloguers e o comentário anónimo de "pessoas bem informadas". Terceiro: Este homem, que umas horas antes era tudo, está agora desprovido de toda a dignidade. (aos justicialistas que acharem a frase excessiva aconselho que se façam algemar). Foi-lhe retirada a gravata e os atacadores. Ele, que convenceu tanta gente com a palavra, não pode recusar as câmaras assestadas sobre a face.Olhem a face de DSK: é a face de Saddam, o diabo iraquiano, no cadafalso de Bagdad.O lisboeta informado, humilhado pela troika há oito dias, pode agora exultar. Quatro: O presumível crime de DSK é pouco referido. Mas como é evidente, o homem não foi preso por administrar o FMI. O puritanismo hipócrita exulta e, desta feita, a imprensa europeia está toda sentada no chá americano. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

MAIS UM PREGO NO CAIXÃO



O caso Strauss-Kahn configura a colocação de mais um prego no caixão que enterrará os Estados Unidos da América. Como é que é admissível que uma gaja qualquer, chamada Melissa Jackson, que arranjou maneira de ser juíza num tribunal de Nova Iorque se arroga o pensamento de supor que o director-geral do FMI, uma das personalidades de maior relevo em todo o mundo, poderia fugir.

Este caso deteriorará definitivamente as relações entre franceses e americanos. APOSTO. Espero que os franceses escarrem na cara dos americanos que encontrarem no seu país.

A PRISÃO DE DOMINIQUE STRAUSS.KAHN


 A prisão de Dominique Strauss-Kahn e as circunstâncias em que ocorreu recordam aos mais desmemoriados os procedimentos da Gestapo nos longínquos anos 30 e 40 do século passado. Desde então, em alguns países, mesmo em muitos países, pouco ou nada mudou. Como se escreve neste post, DSK foi "encarcerado como se fosse um perigoso assassino do Bronx".


Segundo as mais recentes notícias, a juíza não aceitou a proposta de caução de UM MILHÃO DE EUROS, com receio de que DSK fugisse para o estrangeiro.


Na América, nunca se sabe o que pode acontecer, mas, como se diz no citado post, no mínimo, a Frnaça devia chamar o seu embaixador nos EUA para consultas.

Todo este aparato cheira a um assunto estranho, como o ataque às Torres Gémeas, as armas de destruição maciça no Iraque,a morte de Bin Laden, e a lista seria infinita. Desde há 200 anos que os Estados Unidos espalham o terror pelo mundo, matéria em que são exímios. Contudo, caso DSK não seja condenado, as suas probabilidades de eleição em França ficam redobradas, já que os franceses, na generalidade, odeiam de morte os americanos, e como isto lhes parece combinado com o homúnculo Sarkozy, improvável habitante do Eliseu, cujos salões conspurca com a sua presença, poderá vir a ser o próximo presidente da França.

AVISO AOS CIDADÃOS PORTUGUESES



Não tendo o Ministério dos Negócios Estrangeiros português procedido, certamente por lapso, à emissão do conveniente comunicado, aqui se publica:

"ACONSELHAM-SE TODOS OS CIDADÃOS PORTUGUESES A NÃO VIAJAREM PARA OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, DEVIDO À FALTA DE CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NAQUELE PAÍS. OS QUE, POR IMPERIOSOS MOTIVOS DA SUA VIDA PESSOAL, SEJAM OBRIGADOS A DESLOCAR-SE, DEVERÃO RODEAR-SE DAS MAIORES PRECAUÇÕES, POIS NUNCA SE PODE PREVER OS ACIDENTES A QUE ESTARÃO SUJEITOS".



Acrescentaria também a seguinte nota: Os que, por absoluta necessidade, tenham de deslocar-se a Nova Iorque, jamais deverão ficar alojados no Sofitel Hotel. Esta é uma recomendação para levar muito a sério.

A CONSPIRAÇÃO



A prisão em Nova Iorque de DSK, de acordo com notícias que começam a correr mundo, sugere uma conspiração urdida por Nicolas Sarkozy, que já pretendeu eliminar um outro potencial rival, o ex-primeiro-ministro francês Dominique de Villepin. É a grande obsessão do actual ocupante do Eliseu contra os Dominiques que lhe fazem sombra. Podem também estar envolvidos outros potenciais candidatos do PS francês, a saber: Martine Aubry, François Hollande e a galinhola Ségolène Royal.

O que não oferece dúvidas é que os Estados Unidos da América se tornaram um país mais perigoso do que já o era anteriormente. Recomenda-se por isso aos cidadãos do mundo que não se desloquem a uma terra que não oferece as mínimas garantias de segurança e que é habitada por gangsters que vivem impunemente sem serem responsabilizados pelos seus crimes.



A "femme de chambre" que desencadeou o "escândalo" não terá um Octave Mirbeau para a imortalizar. Resta-nos essa consolação. Estará a soldo da polícia nova-iorquina? Nunca se sabe.

domingo, 15 de maio de 2011

A FRANÇA EM ESTADO DE CHOQUE


Antes de viajar para os Estados Unidos pense duas vezes. Pode acontecer-lhe o que se verificou ontem com Dominique Strauss-Kahn. Obcecados por um puritanismo de raízes judaico-cristãs, os americanos vivem num clima de simultânea atracção e repulsa pelos rabos e outros órgãos sexuais masculinos e femininos. Há 200 anos que esta situação se mantém e não há volta a dar-lhe. Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita.

A França encontra-se em estado de choque pela prisão do director do FMI, antigo ministro das Finanças e putativo candidato socialista à presidência da República nas próximas eleições. O visado nega todas as acusações.

Sou de opinião, sempre fui, de que a justiça deve ser igual para todos, mas a simples proclamação de assédio por uma criada de quarto (que nem sequer tem Diário, como a de Buñuel), de que DSK a violou (ou tentou violar, já nem sei bem tal a profusão de notícias) merece a maior reserva. Parece que o visado tem uma atracção patológica por mulheres; mas se a tivesse por homens, ou por rapazes, não seria mais bem sucedido, pois hoje qualquer atitude de maior proximidade física configura imediatamente a ideia de uma tentativa de índole sexual.

Vivemos numa época de hipocrisia e de uma pretensa exaltação de valores morais. As verdadeiras origens greco-romanas do Ocidente afundaram-se na cloaca do capitalismo financeiro internacional impulsionado pela América e seus sequazes.

Não sabemos ainda se DSK, num impulso desvairado se atirou à chambermaid ou se está enredado numa sinistra armadilha político-financeira, relacionada com a forma como tem dirigido o FMI, bem diferente dos seus antecessores, ou com a eventual candidatura à presidência da França. Nos tempos que correm tudo é possível e já nada espanta.

Recorde-se que o anterior presidente do Banco Mundial, o judeu-americano Paul Wolfowitz (subsecretário de Estado da Defesa dos EUA, no tempo de Bush) foi obrigado a renunciar ao cargo, acusado de favorecimento dentro da instituição a uma sua namorada, a inglesa nascida na Tunísia Shaha Ali Riza. Também o pai de DSK tem raízes judaicas e a mãe é de origem tunisina, tendo ele vivido em Marrocos dos seis aos onze anos. Demasiadas coincidências.

Também espanta a precipitação das autoridades americanas em prender DSK, por um suposto assédio sexual, num país em que a prática de homicídios é moeda corrente. Mais uma vez os EUA apresentam uma história mal contada, pelo menos do que se sabe até à data. Mas depois da suposta morte de Bin Laden há alguns dias, deveremos estar preparados para tudo.

NÃO PERSIGA NENHUM RABO

 

POST PUBLICADO HOJE NO BLOGUE "PORTUGAL DOS PEQUENINOS"


NÃO SIGA AQUELE RABO


Mal chegou ao Eliseu, em Maio de 1981, Mitterrand aconselhou Jacques Attali, seu colaborador directo. Era, aliás, insuspeito na matéria. «A única coisa que lhe peço é que desconfie das mulheres. Sim, estou a falar a sério: das mulheres! Elas têm uma atracção por quem exerce o poder e estão dispostas a tudo para se aproximar. Farão de tudo para se aproximar de si. Desconfie sempre, sempre.» Strauss-Kahn, aparentemente, nunca se aconselhou com Mitterrand sobre este assunto. Nos democráticos EUA, um rabo é infinitamente mais perigoso que o colesterol ou atravessar a rua sem olhar para os carros. O que mais me impressionou numa esquadra em pleno centro de Nova Iorque foi a profusão de cartazes, cheios de "modes d'emploi" acerca do "assédio sexual", a apelar à delação através de dezenas de números de telefone. O pérfido encanto dos EUA consiste neste permanente oscilar entre o mais reaccionário puritanismo e a mais reles devassidão e desprezo pelos famosos "direitos humanos". Não terá sido, aliás, por acaso que Gore Vidal "estudou" o caso Timothy McVeigh na Vanity Fair de Novembro de 1998, e acabou por se corresponder com o condenado à morte por ter destruído à bomba o Murrah Federal Building de Oklahoma. Strauss-Kahn, actual director-geral do FMI e putativo candidato presidencial francês, não é exactamente nem mais nem menos do que qualquer outro homem atraído por rabos alheios, na circustância femininos. Ter supostamente tentado ir mais longe no devaneio, valeu-lhe, em solo norte-americano, o vexame de ter sido retirado da 1ª classe do avião que o traria à Europa para tratar da grande política. E ter-lhe-á valido a presença diante de um juiz ou de uma juiza de rabos menos interessantes do que o da empregada do hotel, alimentados a coca-cola e a hamburgers, que lhe vomitaram o seu insuportável moralismo jurídico, intraduzível e impróprio para meridionais. Isto é o género de peripécia que pode acabar com um homem público e tornar um rabo anódino e contingente famoso. Laclos e Sade fartaram-se de avisar bem antes de Mitterrand.

NO DIA EM QUE SE COMEMORA A "NAKBA"


PUBLICADO ONTEM PELO BLOGUE "THE BRAGANZA MOTHERS"

Sábado, 14 de Maio de 2011

 


O Espírito do Mal Neonazi

O mal do mundo, personificado pelo povo terrorista e maldito dos judeus sionistas de Israel, ataca judicialmente um dos mais conceituados titulares do Prémio Nobel da Paz, atribuído pelas suas obras humanitárias mundialmente conhecidas e pela defesa dos Direitos Humanos.

Porquê? Por revelar a realidade sobre um povo que pelo seu comportamento desumano, egoísta e abusador, a sua malvadez, o seu roubo de território e de recursos naturais, colonialismo e escravatura, desobediência a todas as resoluções das Nações Unidas, etc. Pelo seu comportamento apenas, este povo sionista deixou de ter direito à própria existência. O seu desaparecimento seria um bem para a humanidade e o maior bem para a região onde se foi inserir, onde se tornou a fonte e a origem de todos o males.

O que segue é uma transcrição do jornal Washington Post encontrada aqui.


Jimmy Carter Alvo de Acção de 5 Milhões de Dólares por Atacar Israel

WASHINGTON - O ex-presidente Jimmy Carter tornou-se alvo de uma acção colectiva por dizer coisas ostensivamente sobre Israel no seu best-seller 2006 livro, Palestine: Peace Not Apartheid. [Palestina: Paz, Não Segregação Racial]

Os cinco autores americanos da acção, dois dos quais são cidadãos com dupla nacionalidade de EUA e de Israel, pedem US$ 5 milhões em danos sobre o livro (que está a ser vendido por menos de US$ 10 na Amazon) na base de que as suas críticas de Israel violaram as garantias de defesa do consumidor.

O denunciante alegou num comunicado de imprensa que o ex-presidente dos EUA, 39 e Prémio Nobel da Paz "violou a lei e, portanto, prejudicado aqueles que compraram o livro" injustamente por "atacar Israel".

O Procurador Nitsana Darshan-Leitner disse processo dos seus clientes "irá expor todas as mentiras e deturpações no livro de Carter e provar que o seu ódio a Israel o levou a cometer este tipo de fraude no público."

A Editora Simon & Schuster, que é também alvo de acção judicial, demitiram-na como um acto leviano e um "gélido ataque à liberdade de expressão que se pretende defender vigorosamente."

"Esta acção é frívola, sem mérito e é uma tentativa transparente pelos recorrentes, apesar de suas afirmações, para punir o autor, Prémio Nobel da Paz e estadistas de renome mundial, assim como a sua editora, por escrever e publicar um livro com o qual os autores simplesmente discordam", disse Adam Rothberg, porta-voz da Simon & Schuster, ao Washington Post.

Uma cópia da denúncia pode ser vista aqui.

Esta notícia circula pelo mundo desde 3-2-2011. Alguém a leu ou ouviu em Portugal? Se fosse lixo, certamente tinha feito a ronda completa de todas as notícias, tal como as ordinarices e outras conversas do pervertidos chulos das máfias políticas. Ou será para proteger o judeu do Interior, quem tem mais contribuido para a destruição dda polícia nacional?

ESTÁ TUDO DOIDO



Segundo notícias de última hora, Dominique Strauss-Kahn, de 62 anos, director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e putativo candidato socialista à presidência da República Francesa foi preso ontem à tarde (16:40 h) em Nova-Iorque, quando já se encontrava a bordo do avião da Air France que o deveria transportar a Paris, minutos antes da descolagem do aparelho do aeroporto do sr. J-F Kennedy.

Os agentes que detiveram o senhor FMI dentro da aeronave, acusaram-no de assédio sexual a uma empregada do Hotel Sofitel New York, na West 44th Street, onde estivera horas antes, tendo-o conduzido para o Midtown South Precinct, a  esquadra lá do sítio, para averiguações. Strauss-Kahn deveria encontrar-se hoje com a chancelerina do Reich, Angela Merkel.

Segundo o sr. Kelly, porta-voz da polícia, D.S.-K. seguiu as instruções dos agentes não tendo havido necessidade de o algemar. A empregada de quarto foi conduzida numa ambulância do Serviço de Emergência Médica para o Roosevelt Hospital para verificar se havia ficado danificada.

Esta notícia, como todas as semelhantes, não nos deve surpreender, dado o estado de alucinação que Nova Iorque provoca nos seus habitantes. Com especial incidência nos hoteis. Recorde-se que, ainda há poucas semanas, o septuagenário cronista português Carlos Castro foi também vítima de assédio sexual, no hotel onde pernoitava, por parte do jovem Renato Seabra, que decidiu furar-lhe os olhos e cortar-lhe os testículos. No caso de Strauss-Kahn tudo se passou, segundo o "The New York Times", com muito mais urbanidade, tendo o economista saído abruptamente todo nu da casa de banho quando a empregada entrou para limpar o quarto (1 h da tarde). Então atirou-a para cima da cama, obrigando-a a fazer sexo oral, segundo o PÚBLICO.

Já tinha havido uma questão de sexo oral há anos na Casa Branca, no tempo do presidente Bill Clinton, mas não deixou nódoas, ou melhor, deixou nódoas que apesar da acção incansável do porno-procurador (cujo nome obviamente esqueci) encarregado do caso, não se revelaram indeléveis. Creio que as nódoas decorrentes das acusações desta chambermaid de 26 anos, aliás a idade de Dominique invertida, já que este tem 62, poderão ser prejudiciais para a carreira do patrão do FMI.

E afinal, para gozo dos que acreditam na teoria da conspiração, tudo poderá não ser mais do que um conluio entre os serviços secretos franceses e americanos, a soldo de Obama, de Sarkozy, de Ségolène Royal, de Martine Aubry e de François Hollande para forçarem Strauss-Kahn a retirar-se da corrida presidencial.

Temos, porém, uma certeza. A exemplo da eficácia com que averiguou o assassinato de John Kennedy, de Robert Kennedy e de todos os Kennedys e não Kennedys deste mundo,  e também o ataque às Torres Gémeas (ah, esse foi Bin Laden, já me esquecia), nenhum pormenor será descurado na investigação a que a polícia e os detectives vão proceder. E teremos depois a decisão de juízes e jurados. VIVA A AMÉRICA!

LAGOA HENRIQUES (POEMAS ERÓTICOS III)



Prosseguindo com a publicação de desenhos e poemas eróticos e satíricos do falecido escultor Lagoa Henriques, professor da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, conforme fiz aqui e aqui, transcrevo abaixo mais dois poemas que o mestre apreciava dizer aos seus amigos:



Um escultor na cama não tem programa
Nunca sabe bem o que vai fazer
Pois se todo o prazer o solicita e chama
Seja com um homem ou uma mulher

...............................................................................


Conheço um velho bajojo
Que vive e habita em Angeja *
A mim provoca.-me o nojo
Mas tem um gajo por conta
Que todas as noites o beija


* Nota importante: "Vive e habita", pois, segundo o Mestre, podia "viver, mas não habitar" ou "habitar, mas não viver"



Repare-se na forma como o Mestre obteve a musicalidade dos versos com a utilização dos "jj"

sábado, 14 de maio de 2011

A CULTURA


Francisco José Viegas, candidato independente pelo PSD às próximas eleições legislativas (e putativo futuro responsável pela Cultura no caso do PSD ganhar as eleições) declarou ao jornal i que no próximo governo não haverá ministério da Cultura.

É um facto que, nos últimos anos, a acção do Ministério da Cultura tem sido pouco mais do que inexistente, também devido à escassez de dotação orçamental mas principalmente por falta de imaginação e por puro clientelismo. Não é todavia razão para extingui-lo. 

O primeiro ministério da Cultura foi criado em França pelo general De Gaulle, para André Malraux, figura tutelar que lhe imprimiu uma dinâmica que os seus sucessores não puderam ou não souberam manter. Depois, a pouco e pouco, a Cultura passou a ter a dignidade de ministério em praticamente toda a Europa. Não me parece que, com tantas coisas a extinguir, se deve eliminar em Portugal, num futuro governo, esse ministério. 

Tem várias missões o ministério da Cultura, conforme está definido nas diversas leis orgânicas sucessivamente publicadas. Em duas palavras, compete-lhe administrar os bens patrimoniais, apoiar a livre criação e promover as actividades culturais.

Parece que a descida de categoria tem a ver com uma política neo-liberal de desinvestimento do Estado na acção cultural e empenhamento no funcionamento livre do mercado (?). Não posso estar mais em desacordo. Sempre defendi a livre iniciativa na esfera cultural mas também sempre sustentei que compete ao Estado assegurar a prossecução de uma acção cultural, sempre discutida e discutível, que sem assumir as características de um dirigismo cultural (que não se pretende) possa garantir a execução de um programa consensual na tradição nacional.

Entendo, portanto, que a dignidade da CULTURA implica a existência de um ministério, sem que isso signifique desperdício de dinheiros públicos ou "engordamento" da máquina do Estado. 

Neste capítulo, e mutatis mutandis, deve sempre recordar-se, para quem ainda tenha um resto de memória e de cultura e de modéstia, a acção de António Ferro, há pouco mais de meio século.

O resto são palavras que o vento leva na apagada e vil tristeza da propaganda eleitoral.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

ESTA LISBOA QUE SE AFUNDA


Segundo informa o PÚBLICO de hoje, duas zonas da Grande Lisboa estão lentamente a afundar-se. 

Trata-se da zona de Vialonga, onde se localizam as portagens de Alverca para a Auto-Estrada do Norte, e da zona das Laranjeiras. Segundo explica aquele jornal, este lento afundamento poderá vir a acelerar-se nos próximos anos, com consequências por ora imprevisíveis. É possível que venham a registar-se danos nas casas, esgotos, linhas de abastecimento de água, electricidade e gás, estradas e caminhos-de-ferro.

Segundo cientistas do Instituto Superior Técnico e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, a zona de Vialonga afundou-se 15 centímetros entre 1992 e 2003 e o nível das águas subterrâneas baixou 65 metros em 27 anos.

A zona das Laranjeiras afundou-se oito centímetros entre 1992 e 2006. Este afundamento da cidade está também a abranger a área da Cidade Universitária. Não se conhecem ainda as razões deste abatimento do solo de algumas partes da capital, eventualmente extensível a outras zonas.

Embora noutra perspectiva, é bom não esquecer que a Baixa de Lisboa está assente em estacaria e que se registaram problemas aquando da construção da linha do metropolitano para Santa Apolónia. Poderemos ter um dia uma surpresa com o Terreiro do Paço, nomeadamente se vierem a registar-se alguns movimentos sísmicos.

Aliás, nada disto nos deve admirar, já que é todo o País que lentamente se afunda.

A VINGANÇA DE BIN LADEN


Pelo menos 80 mortos e centenas de feridos, alguns em estado muito grave, é o resultado da explosão provocada por dois bombistas suicidas no centro de treino paramilitar de Charsadda, próximo de Peshawar, no noroeste do Paquistão. Os mortos, na maioria cadetes, preparavam-se para abandonar as instalações a fim de passarem em casa dez dias de licença.



Um porta-vos dos talibãs declarou telefonicamente que o atentado era o primeiro acto de vingança pelo martírio de Osama Bin Laden, supostamente morto há dias por um comando norte-americano, e que outras acções se seguiriam. Aguardam-se, com preocupação, em todo o mundo, as próximas retaliações de Al-Qaeda.