Recebi ontem o DVD de Les Troyens, direcção musical de Sylvain Cambreling, encenação de Herbert Wernicke, Orchestre de Paris, Festival de Salzburg 2000, que encomendara para substituir a gravação deste espectáculo que fizera em vídeocassete, há anos, quando foi transmitido pela televisão.
Trata-se de uma produção cénica e musicalmente inferior à que comentei aqui no mês passado, realizada em 2009, no Palau de les Arts, de Valência, com a Orquestra da Comunitat Valenciana, dirigida por Valery Gergiev, e encenação de La Fura dels Baus.
Esta encenação de Salzburg é baça e monótona, sem qualquer chama de criatividade, e a interpretação vocal também não é de molde a cativar-nos profundamente, nem mesmo a direcção de Cambreling. Já não me recordava do espectáculo, mas repugnava-me a ideia de desfazer-me da vídeocassete sem a conveniente substituição. Não valeu a pena.
Acresce dizer que considero uma má opção a escolha da mesma cantora, Deborah Polaski, para interpretar Cassandra na I Parte (Actos I e II) e Dido na II Parte (Actos III, IV e V). Sendo mulheres de personalidade muito diferente, deve recorrer-se, como é hábito, a duas cantoras.
A duração da ópera (quatro horas) aconselha também a um ritmo cénico semelhante ao adoptado para a criação do espectáculo em Valência, que não se verificou nesta produção de Salzburg.
Sem comentários:
Enviar um comentário