terça-feira, 4 de maio de 2021

OS TROIANOS (OUTRA VEZ)

Recebi ontem o DVD de Les Troyens, direcção musical de Sylvain Cambreling, encenação de Herbert Wernicke, Orchestre de Paris, Festival de Salzburg 2000, que encomendara para substituir a gravação deste espectáculo que fizera em vídeocassete, há anos, quando foi transmitido pela televisão.

Trata-se de uma produção cénica e musicalmente inferior à que comentei aqui no mês passado, realizada em 2009, no Palau de les Arts, de Valência, com a Orquestra da Comunitat Valenciana, dirigida por Valery Gergiev, e encenação de La Fura dels Baus.

Esta encenação de Salzburg é baça e monótona, sem qualquer chama de criatividade, e a interpretação vocal também não é de molde a cativar-nos profundamente, nem mesmo a direcção de Cambreling. Já não me recordava do espectáculo, mas repugnava-me a ideia de desfazer-me da vídeocassete sem a conveniente substituição. Não valeu a pena.

Acresce dizer que considero uma má opção a escolha da mesma cantora, Deborah Polaski, para interpretar Cassandra na I Parte (Actos I e II) e Dido na II Parte (Actos III, IV e V). Sendo mulheres de personalidade muito diferente, deve recorrer-se, como é hábito, a duas cantoras.

A duração da ópera (quatro horas) aconselha também a um ritmo cénico semelhante ao adoptado para a criação do espectáculo em Valência, que não se verificou nesta produção de Salzburg.


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