terça-feira, 17 de setembro de 2019

A "MORTE EM VENEZA" EM LISBOA




Como a vida é feita de recordações, não quero deixar de partilhar com alguns amigos este programa, que encontrei nos meus papéis, do filme Morte em Veneza, que se estreou no cinema Satélite, que era uma sala estúdio do grande cinema Monumental, em Outubro de 1971.

Estes cinemas e o respectivo edifício já desapareceram, como parece que está para desaparecer o monstro que lhe sucedeu.

A urbanização de Lisboa, depois da revolução de 1974, passou a ser uma calamidade pública. Haverá quem discorde desta minha opinião, mas paciência! Então nos últimos anos, os atentados contra o património edificado são monstruosos.

Resta-nos que o filme em questão, esse é imortal, tal como a novela que lhe deu origem. Poderão proibir a película e o livro, mesmo destruí-los, mas não conseguirão apagar a imagem que em nossas memórias perdurará.

E assim decorreram quase cinquenta anos! Parece que foi ontem.


3 comentários:

Anónimo disse...

Julgava que o Monumental era sobretudo teatro e só acessoriamente cinema,mas posso estar enganado. A "Morte em Veneza" é efectivamente um magnifico texto que deu origem a um dos grandes filmes da História do Cinema. Por enquanto os novos e frenéticos inquisidores ainda não se atreveram a incinerar os livros e o filme,mas pelo caminho que vamos vendo,veremos... E se os inquisidores soubessem os dados dos factos reais em que a novela se baseou, a sua histérica censura mais se agitaria. Mas como sucede frequentemente, os censores são muitas vezes escolhidos entre os brutos mais primários. Assim continuem...

Anónimo disse...

Embora os meus comentários não mereçam grande atenção do autor do blog,dado o grande intervalo entre o envio e a publicação, não resisto a precisar que o Monumental foi um "cine-teatro", com duas grandes salas dedicadas às duas categorias de espectáculos. Inaugurado em 1946 sob projecto do arq. Rodrigues Lima, foi decidida a sua demolição no consulado camarário de Krus Abecassis, em 1984. O Instituto do Património não se opôs nem acedeu aos pedidos de classificação do simpático (mas não muito bonito) edifício. Não concordo com o bloguista quanto ao seu ataque cerrado à actual CML. Não deve ter reparado na "cara lavada" de toda a Baixa,que até há pouco parecia só constituida por pardieiros, assim como as esplanadas das Avenidas Novas,etc. Nos ataques,como noutras coisas, Tout ce qui est excessif est sans portée, como dizia um reputado político...

Blogue de Júlio de Magalhães disse...

Para o Anónimo indisposto com o atraso na publicação dos seus comentários, chamo a atenção que os mesmos foram enviados hoje, como poderá confirmar pelo dia e hora.

Acontece que os comentários levam algumas horas até chegarem à minha Caixa. E como por questões técnicas não sou avisado da sua recepção (o endereço dos comentários para o blogue não é o mesmo do meu endereço do correio normal - e desse sou avisado), acontece que tenho de ser eu a procurar todos os dias, ou dia sim dia não, se existe algum comentário para publicar.

Ainda esta manhã nada lá estava recebido.

Todos os comentadores me merecem a maior atenção e desde já apresento as minhas desculpas pela não simultaneidade da publicação, tão só devida à lentidão dos servidores informáticos.

Espero continuar a ser brindado com as suas apreciações.