segunda-feira, 3 de outubro de 2016
CARDEAL CEREJEIRA
Ao arrumar uma das minhas estantes, descobri ontem esta preciosidade, um minúsculo livro sobre D. Manuel Gonçalves Cerejeira, 14º Patriarca de Lisboa, dignidade a que foi elevado em 18 de Novembro de 1929 pelo Papa Pio XI, que o nomearia cardeal-presbítero da Santa Igreja Romana do título dos Santos Marcelino e Pedro, em Consistório de 16 de Dezembro desse mesmo ano. O conteúdo deste livrinho, publicado em 1930, é uma delícia.
Encontrei também um cartão de visita do Cardeal Cerejeira agradecendo cumprimentos, possivelmente de Boas Festas.
Fino cultor das letras, o Cardeal Cerejeira, professor catedrático da Universidade de Coimbra e notável académico, criou um estilo que viria a fazer escola. Não resisto a transcrever, desse livro, as primeiras linhas da Provisão que, como presidente do Cabido Patriarcal (era à data Arcebispo de Mitilene) publicou por ocasião do falecimento do seu antecessor, o Cardeal Antonio Mendes Bello:
«Tendo expirado no ósculo do Senhor, hoje pelas 10 horas da manhã, Sua Eminência Reverendíssima o Senhor D. Antonio I, Cardial Presbítero da Santa Igreja Romana do título dos Santos Marcelino e Pedro, Patriarca desta Santa Igreja de Lisboa, cuja memória abençoada se conservará perenemente na alma da grei, pela grandeza moral da sua vida e pelo prodígio de piedade que foi a sua morte; e tendo-Nos eleito por sufrágio unanime, apesar da Nossa indignidade, Vigário Capitular o Exmº e Reverendíssimo Cabido da Santa Igreja Patriarcal, em conformidade com as normas do Direito; Havemos por bem......»
(Respeitei a grafia original)
Nota: os Patriarcas de Lisboa usavam (não sei se hoje ainda usam) os seus nomes próprios numerados, tal como os reis de Portugal e os duques de Bragança.
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