quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

REGRESSO A LJUBLJANA: OS MUSEUS




Já passaram mais de três meses sobre a minha deslocação a Ljubljana mas afazeres vários não me permitiram publicar todos os posts que pretendia divulgar sobre a capital da Eslovénia. Retomo hoje o assunto.

Não sendo uma grande cidade, muito pelo contrário, Ljubljana possui alguns museus interessantes, de que convém destacar o Museu Nacional, o Museu da Cidade e a Galeria Nacional, aqueles que tive oportunidade de visitar.

Creio que dos três o mais importante é a Galeria Nacional (Narodna Galerija), lamentavelmente em obras naquela altura. Possui este museu dois corpos, um dedicado à arte nacional, o outro às colecções estrangeiras. Devido aos trabalhos em curso, o corpo principal, que alberga a arte eslovena, encontrava-se encerrado, pelo que as colecções transitaram para o corpo anexo, desalojando a arte estrangeira para um depósito,  onde não tive oportunidade de vê-la. Restou-me uma consolação: existia um catálogo das colecções estrangeiras, mas não posso reproduzir aqui qualquer pintura ou escultura eslovena (salvo de memória), que apreciei mas das quais não existia catálogo nem  mesmo na língua do país.


Assim, referirei tão só algumas obras estrangeiras, a partir do respectivo catálogo, e duas ou três eslovenas a partir de reproduções noutros suportes.

A Galeria Nacional foi fundada em 1918 e instalada no edifício actual em 1925. Em 1928 foi criada a primeira colecção permanente de arte eslovena, inaugurada em 1933. Em 1946 a Galeria Nacional tornou-se uma instituição estatal e em 1951 o acervo foi dividido com o novo Museu de Arte Moderna, localizado num edifício fronteiro. Em 1993 ficou concluída a nova ala que passou a ficar ligada ao corpo principal por um hall construído em 2001. Em 2008 foi transportada para esse hall a célebre Fonte  de Robba, que estava no largo da Câmara Municipal, onde hoje se encontra uma réplica. Em 2012 iniciaram-se as obras de remodelação do edifício principal, cuja conclusão está prevista para o ano corrente.


As colecções estrangeiras abrangem pintores italianos, espanhóis, flamengos, holandeses e alemães.

Reproduzimos algumas telas, incluindo pintores eslovenos:

Imperatriz Maria Teresa (Martin van Meytens, o Jovem)


Imperador Francisco I (Martin van Meytens, o Jovem)
Prometeu Agrilhoado (Luca Giordano)
Os Jogadores de Cartas II (Almanach)
Fócio com a Esposa e uma Mulher Jónia Rica (Franc Kavčič)
Antes da caçada (Jurij Šubic)
Galeria Nacional
Galeria Nacional - Fonte de Robba
Galeria Nacional - Fonte de Robba (pormenor)
Hall de ligação entre as duas alas da Galeria

O Museu Nacional de Ljubljana (Narodni Muzej Slovenije) também não possui nem catálogo, nem o mais simples folheto relativo à instituição e ao seu conteúdo. É hoje, aliás, um museu dedicado principalmente à história natural. Foi criado em 1821 e as pinturas que possuía foram quase na totalidade entregues à Galeria Nacional.






Busto de Franc Prešeren
Busto do Imperador Adriano
O Cidadão de Emona





Estátua de Janez Valvasor


O Museu da Cidade de Ljubljana evoca de certa maneira a evolução da cidade através dos séculos, conferindo especial importância às suas origens romanas. Conhecida como Emona no tempo do Império, conserva-se no Museu Nacional o original da estátua de um homem romano, conhecido como o Cidadão de Emona (século IV), de que existem reproduções neste museu e no Parque Zvezda (Estrela) ao lado da Praça do Congresso.




Imperador Augusto
No folheto que se reproduz encontra-se a descrição sumária do acervo do Museu:

(Clique nas imagens para aumentar)

No percurso do Museu, onde se assinala que a cidade pertenceu, desde 1800, a franceses, austríacos, italianos, alemães, jugoslavos e, finalmente, aos eslovenos, é curioso notar que não foram omitidos os diversos governantes, ainda que tenham desagradado aos súbditos.

Pode assim ver-se, consecutivamente, as armas imperiais dos Habsburg, o busto de Hitler, o medalhão de Mussolini ou o busto de Tito, numa eloquente demonstração de que a História não se apaga. Confesso que não pude evitar de sorrir ao lembrar-me de uma polémica ocorrida há meses na nossa Assembleia da República pelo facto de, numa exposição dos chefes de Estado de Portugal, estarem expostos os bustos dos presidentes da República do Estado Novo. É por causa destes pequenos pormenores, valorizando o acessório e desprezando, por vezes, o essencial, que a nossa Esquerda nunca mais se endireita (utilizando aqui o verbo endireitar-se não como passagem à Direita, obviamente, mas como assunção de verticalidade).

Águia imperial
Adolf Hitler
Mussolini
Marechal Tito
O Cidadão de Emona (cópia) na Praça da Estrela

Mereceriam referência outros museus, como o Museu de Etnografia Eslovena, o Museu de Arte Moderna Eslovena, o Museu de História Contemporânea da Eslovénia, o Museu de História Natural da Eslovénia, o Museu do Teatro Esloveno, etc., mas o tempo não é elástico e havia muitas outras coisas a ver em Ljubljana.

2 comentários:

observador disse...

Viu as referências ao nosso Santo Antónoio e Franciscanos?

Blogue de Júlio de Magalhães disse...

Voltarei ao assunto quando falar das igrejas.