Bernard Maris |
No meio da confusão resultante do ataque à revista "Charlie Hebdo" e atendendo ao destaque concedido aos cartunistas mortos, só agora me dei conta que entre as vítimas figurava o doutor Bernard Maris (68 anos), economista, escritor e jornalista, professor da Universidade de Toulouse e da Universidade de Paris-VIII, e também colaborador daquela revista.
Autor de numerosas obras, o seu último livro Houellebecq économiste, publicado em Setembro passado, foi objecto de um post em que publiquei a entrevista que concedeu ao "Nouvel Observateur" a propósito desse ensaio e onde analisa a carreira do polémico escritor francês (de quem era amigo) e, fazendo-se intérprete das suas (dele) ideias, afirmava que "o capitalismo não durará eternamente".
Considerado um altermundialista, foi membro do conselho científico de ATTAC e fazia parte, por nomeação do presidente do Senado, do Conselho Geral do Banco de França.
Em 15 de Dezembro de 2010, escrevera no "Charlie Hebdo" : « Moi-même, je pense qu'il y aura une nouvelle crise financière, que la zone euro éclatera, que l'Europe se balkanisera — elle est déjà balkanisée. Mais un certain nombre d'événements surgis depuis dix ans n'étaient pas prévisibles : la méga-crise financière, qui pouvait vraiment la prévoir ? Les Twin Towers? ».
Por ironia do destino, foi morto no próprio dia em que foi publicado Soumission, o último livro de Michel Houellebecq.
Não notei na imprensa portuguesa uma referência especial à morte de Bernard Maris, e mesmo em França as notícias foram discretas. Mas talvez tenha sido falta de atenção da minha parte.
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