sábado, 20 de março de 2010

UM CASO MENTAL

SREBRENICA, AGAIN


Facto: a 11 de Julho de 1995, tropas sérvias sob comando do general Ratko Mladiæ abateram oito mil homens muçulmanos em Srebrenica (Bósnia). A missão da NATO, composta por militares holandeses, foi impotente para evitar o genocídio. Na Holanda, a investigação dos acontecimentos durou mais de seis anos, terminando com a queda do governo em 2002.

Delírio: numa audiência do Congresso (americano) sobre o fim da norma Dont’t Ask, Don’t Tell, o general na reserva John Sheehan, antigo comandante supremo da NATO, afirmou que o massacre terá sido consequência da presença de homossexuais nas forças holandesas: «uma força mal preparada para a guerra [...] O caso a que me refiro é aquele em que os holandeses foram chamados a defender Srebrenica contra os sérvios. O batalhão estava sob pressão, tinha uma liderança pobre, e os sérvios chegaram, amarraram os soldados aos postes de telefone, marcharam até aos muçulmanos e executaram-nos.» Só faltou dizer que os enrabaram. A parte mais aleivosa é que Sheehan declarou ter ouvido isso da boca de oficiais holandeses.

Facto: ontem, o democrata-cristão Jan Peter Balkenende, primeiro-ministro holandês desde 2002, desmentiu categoricamente Sheehan, considerando-o desprezível. Por seu lado, o ministério holandês da Defesa sublinhou que «os soldados homossexuais holandeses cooperam frequentemente com o Exército dos EUA e com a Aliança Atlântica em missões no Afeganistão.» Ler mais no NYT e no Público.

Comentários para quê?


[Na imagem, dois sobreviventes do massacre de Srebrenica, defronte do mural com o retrato de algumas das oito mil vítimas do massacre.]
 
(Publicado hoje por Eduardo Pitta , no blogue "Da Literatura")

É suposto que o general na reserva John Sheehan sofre da doença de Alzheimer; em qualquer circunstância, confirma-se que o estado de loucura é o estado normal da maioria dos norte-americanos.

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