quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O CURDISTÃO




O referendo realizado no passado dia 25, no Curdistão iraquiano, traduziu-se em cerca de 93% de votos favoráveis à independência daquela região semi-autónoma.

O povo curdo encontra-se disseminado pela Turquia, Iraque, Síria e Irão, desde a constituição daqueles Estados, no rescaldo da Primeira Guerra Mundial. A constituição de um Estado independente, que fora prometida aos curdos pelas potências ocidentais, ficou por concretizar, atendendo a outros interesses que se sobrepuseram aos compromissos assumidos. Apenas os arménios lograram obter um estado independente, aliás bem pequeno em relação à parte arménia que ficou integrada na Turquia.

Não é propósito deste post historiar a odisseia do povo curdo, nem a sua tenaz luta pela independência, especialmente dentro do território turco, onde existe a maior concentração populacional. Com o Iraque já realmente tripartido, a oportunidade deste referendo é uma esperança para os curdos, mas o governo do Iraque opõe-se tenazmente ao desmembramento do país. Também a Turquia, alarmada pelas previsíveis consequências da criação de um Estado Curdo, já ameaçou intervir.

A criação de um Curdistão independente teria como consequência lógica a adesão das populações (e territórios) dos outros três países: Turquia, Irão e Síria. A concretização de uma promessa centenária. Desconhece-se ainda a reacção oficial do "Mundo Ocidental", mas ela será no sentido de inviabilizar este propósito, não tanto pelos curdos, mas porque mexe na ordem estabelecida por Bruxelas e Washington, ordem que se rege por insondáveis desígnios. Ou não tanto. Diríamos antes, por tenebrosos desígnios.

Aguardemos...


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