O historiador francês Dominique Venner, de 78 anos, suicidou-se hoje frente ao altar-mor da catedral de Notre Dame de Paris. O acto ocorreu às 16 horas locais e as cerca de 1.500 pessoas que se encontravam na igreja foram de imediato evacuadas.
Ainda hoje publicara no seu blogue o seguinte texto:
La manif du 26 mai et Heidegger
Categorie(s) : Actualité, Réflexions, publié le 21 mai 2013
Les manifestants du 26 mai auront raison de crier leur impatience et leur colère. Une loi infâme, une fois votée, peut toujours être abrogée.
Je viens d’écouter un blogueur algérien : « De tout façon, disait-il, dans quinze ans les islamistes seront au pouvoir en France et il supprimeront cette loi ». Non pour nous faire plaisir, on s’en doute, mais parce qu’elle est contraire à la charia (loi islamique).
C’est bien le seul point commun, superficiellement, entre la tradition européenne (qui respecte la femme) et l’islam (qui ne la respecte pas). Mais l’affirmation péremptoire de cet Algérien fait froid dans le dos. Ses conséquences serraient autrement géantes et catastrophiques que la détestable loi Taubira.
Il faut bien voir qu’une France tombée au pouvoir des islamistes fait partie des probabilités. Depuis 40 ans, les politiciens et gouvernements de tous les partis (sauf le FN), ainsi que le patronat et l’Église, y ont travaillé activement, en accélérant par tous les moyens l’immigration afro-maghrébine.
Depuis longtemps, de grands écrivains ont sonné l’alarme, à commencer par Jean Raspail dans son prophétique Camp des Saints (Robert Laffont), dont la nouvelle édition connait des tirages record.
Les manifestants du 26 mai ne peuvent ignorer cette réalité. Leur combat ne peut se limiter au refus du mariage gay. Le « grand remplacement » de population de la France et de l’Europe, dénoncé par l’écrivain Renaud Camus, est un péril autrement catastrophique pour l’avenir.
Il ne suffira pas d’organiser de gentilles manifestations de rue pour l’empêcher. C’est à une véritable « réforme intellectuelle et morale », comme disait Renan, qu’il faudrait d’abord procéder. Elle devrait permettre une reconquête de la mémoire identitaire française et européenne, dont le besoin n’est pas encore nettement perçu.
Il faudra certainement des geste nouveaux, spectaculaires et symboliques pour ébranler les somnolences, secouer les consciences anesthésiées et réveiller la mémoire de nos origines. Nous entrons dans un temps où les paroles doivent être authentifiées par des actes.
Il faudrait nous souvenir aussi, comme l’a génialement formulé Heidegger (Être et Temps) que l’essence de l’homme est dans son existence et non dans un « autre monde ». C’est ici et maintenant que se joue notre destin jusqu’à la dernière seconde. Et cette seconde ultime a autant d’importance que le reste d’une vie.
C’est pourquoi il faut être soi-même jusqu’au dernier instant. C’est en décidant soi-même, en voulant vraiment son destin que l’on est vainqueur du néant. Et il n’y a pas d’échappatoire à cette exigence puisque nous n’avons que cette vie dans laquelle il nous appartient d’être entièrement nous-mêmes ou de n’être rien.
Dominique Venner
A polícia encontrou uma carta junto ao corpo, mas o seu conteúdo não foi divulgado. O seu editor, Pierre-Guillaume de Roux, que ainda ontem à noite falara com Venner a propósito da próxima edição de uma obra deste, declarou estar convencido de que o suicido não estaria relacionado com a recente aprovação em França do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Dominique Venner era um intelectual da extrema-direita, fizera parte da Organização Secreta Armada, tendo publicado diversos livros, alguns traduzidos em português. De há muito que manifestava a sua preocupação pela substituição da população de França e da Europa pela imigração afro-magrebina.
Este gesto simbólico de um pagão num templo cristão assume um significado sacrificial, podendo entender-se como um "grito de alarme" contra aquilo que Venner considerava a decadência da civilização europeia.
7 comentários:
Sempre horrível e injustificável, um suicídio. ainda mais no local e razões apresentadas para este. No entanto, a razão principal do acto é, infelizmente, compreensível: por estupidez crassa, oportunismos, falta de visão, etc., a Europa está a deixar-se "islamisar"; dentro de uns 20 a 30 anos, a civilização ocidental tal como a conhecemos terá deixado de existir, e por culpa exclusivamente nossa! Felizmente, já não estarei cá para assistir...
Caro Júlio Magalhães,
a Catedral de Notre-Dame localiza-se exactamente no local de um antigo templo pagão. E porquê? Os Mistérios Antigos ensinavam que existem pontos específicos na superfície do planeta que dadas as suas propriedades ocultas são os mais indicados à implementação de templos. Assim, muitos locais de culto celta foram convertidos em templos romanos e mais tarde em Igrejas Cristãs. Sucede que a Catedral de Notre-Dame é um templo de referência para os Templários, que em boa verdade foi uma espécie de Fraternidade esotérica cristã, da qual a Maçonaria se declara herdeira. A vida austera dos Templários permitiu que acumulassem grandes riquezas, facto que motivou a inveja e a cobiça de Roma e do Rei de França. Os cavaleiros foram então acusados de crimes de sodomia, um dos factos que motivou a extinção da Ordem e a extorsão dos seus bens... Muita da simbologia presente em Notre-Dame pode ser hoje encontrada nos templos maçónicos. Acrescento que os Antigos diziam que «a morte ritual de um homem, o seu sacrifício, é a rito mágico mais poderoso, e quando se trata de um homem jovem, pode mesmo alterar o curso da História». Acredito que este professor morreu num ritual por si orquestrado, ofereceu a sua vida para conseguir mudar a França. Agora, se se afirma pagão, então deveria ter outra posição sobre homossexualidade. É que não foi por acaso que os Templários foram acusados de sodomia. E os homens celtas, conforme afirmam os autores antigos, preferiam partilhar a cama com homens, apesar de terem belas mulheres.
PARA ZEPHYRUS:
Obrigado pelas suas considerações que contribuem para o esclarecimento dos leitores.
As posições homofóbicas de Venner contradizem o ritual antigo (e aceite) mas poderá dar-se o caso de uma dupla atitude (não louvável num intelectual) de posições na esfera pública e na esfera privada. Mishima, ao suicidar-se ritualmente, emprestou ao acto o seu pleno significado. Venner tão só optou por um local "sagrado".
Talvez a carta que deixou, e cujo conteúdo não conheço, possa lançar alguma luz, e é de luz que precisamos, sobre o acto
Recordo que na cadeira de Psicologia Médica (Fac. de Medicina do Porto), do Professor Rui Cardoso, houve uma aula teórica dedicada apenas à vida de Mishima. De acordo com o Professor a espada simbolizava, alegoricamente, o pénis masculino, e a sua penetração no corpo de Mishima a penetração feita por outro homem. Fiquei então com curiosidade de explorar a obra do autor mas acabei por ler outras coisas e adiei sempre essa leitura.
Acrescento ainda que o grande autor Eliphas Levi recomenda, numa das suas obras, que o ritual seja sempre feito num local de culto (neste caso o suicídio ocorreu em Notre-Dame). Outros autores afirmam ainda que o ritual amplifica-se quando a audiência é extensa, e exalta as emoções das massas. Pena que depois da morte de Carl Jung estes conceitos tenham sido algo esquecidos pela comunidade académica. O estudo dos símbolos universais, do fundo creencial comum, é algo que me fascina!
De qualquer forma parece-me estranho que se misture homofobia com posições contrárias ao casamento gay. Parece-me o mesmo quando se mistura pedofilia com homosexualidade.
Por muito que o paganismo, os celtas ou os gregos, ou mesmo as irmandades samurais cultuassem a homosexualidade, não me parece que alguma vez quisessem comparar essa união com o casamento entre um homem e uma mulher, que adquire um significado bastante diferente.
PARA JOÃO ALVES
Pode ser-se contra o casamento same-sex (prefiro a designação a "gay" pois pode haver, segundo a lei, casamentos que não envolvam a componente sexual) e não ser-se homofóbico.
Assim como a homossexualidade não implica pedofilia, sendo que esta até abrange ambos os sexos.
Sempre pensei que existindo uniões de facto (reais) para as pessoas do mesmo sexo, o casamento seria dispensável. Argumentam-me alguns especialistas que a consagração do casamento contribui para diminuir a homofobia. É possível.
Pessoalmente não estou certo que a instituição do casamento fosse necessária. Todavia, olhando para os outros países europeus, ela surge como um "acquis" civilizacional. Será um sinal dos tempos? O tempo o dirá.
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