sábado, 26 de janeiro de 2013
INCIDENTES EM PORT-SAÏD
Verificaram-se hoje violentos incidentes em Port-Saïd, na sequência da decisão do tribunal que condenou à pena de morte 21 pessoas que teriam estado envolvidas nos graves confrontos ocorridos em 1 de Fevereiro do ano passado, naquela cidade, após um jogo de futebol, entre adeptos do clube Al-Ahly, do Cairo e apoiantes do clube Al-Masry, de Port-Saïd, e que redundaram em pelo menos 74 mortos e centenas de feridos, como referimos aqui.
Dos incidentes de hoje resultaram já 26 mortos, entre os quais dois polícias e mais de 2000 feridos. As manifestações tiveram lugar frente à prisão onde se encontram os condenados e os amotinados assaltaram várias esquadras da polícia.
Há mais 52 adeptos do Al-Masry presos e cujas sentenças só serão conhecidas a 9 de Março. Perante a ineficácia da polícia em conter os acontecimentos, o Governo ordenou a intervenção do exército.
Desde ontem verificam-se também sérios confrontos no Cairo e em outras cidades, por ocasião do segundo aniversário da revolução que levou à demissão do presidente Hosni Mubarak. Em Suez e Ismaïlia registaram-se 10 mortos e 470 feridos Em todo o país as forças armadas estão de prevenção rigorosa na tentativa de obstar ao alastramento da violência.
A Frente de Salvação Nacional, a principal força de oposição (anti-islamista) no Egipto, condenou hoje, em conferência de imprensa, a violência das últimas horas, e pediu ao presidente Morsi que nomeasse um novo governo de unidade nacional e que reexaminasse a nova Constituição recentemente aprovada. Ameaçou também boicotar as próximas eleições para o Parlamento, se as suas reivindicações não forem satisfeitas.
Começa a generalizar-se a ideia de que o presidente Mohamed Morsi é um factor de desestabilização do país (a braços com uma gravíssima crise económica, financeira e social, e sem turismo, uma das principais fontes de receita) e que seria conveniente a sua resignação. Milhões de egípcios, mesmo dos mais contestatários, têm manifestado o seu desencanto pela queda do regime de Mubarak (que aguarda num hospital militar a repetição do seu julgamento), já que ansiavam que o seu afastamento desse lugar ao estabelecimento de uma ordem nova, que não a actualmente imposta pelos Irmãos Muçulmanos e seus aliados salafistas, ainda no início de uma "cruzada" fundamentalista.
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1 comentário:
Caminhamos rapidamente para uma guerra civil, a menos que o exército, o dos tempos de Mubarak, assuma o controle da situação.
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