sábado, 15 de setembro de 2012

UM MILHÃO DE PESSOAS NA RUA



Segundo os dados da comunicação social, parece que o número de manifestantes que desceu hoje à rua, nas várias localidades de Portugal, foi de cerca de um milhão. Assim sendo, ocorreu uma das maiores manifestações jamais realizadas no nosso país, em que se contestou a política de austeridade do Governo em funções.

Não tendo sido convocada por qualquer partido político ou organização sindical, é natural que as reivindicações apresentadas tenham sido distintas. A unanimidade centrou-se no protesto contra as medidas anunciadas pelo Governo a acrescentar às já anteriormente decretadas e cuja repercussão negativa se tem feito sentir ao longo dos últimos meses.

Há quem seja de opinião que se deva pura e simplesmente não pagar a dívida existente e quem entenda que deve ser paga, mas "em prestações suaves". Há quem admita que os sacrifícios presentemente exigidos são indispensáveis mas que a sua repartição, por demasiado injusta, não é admissível, na linha, aliás, do que já foi dito e repetido pelo presidente da República. Isto é, a contestação é matizada, embora conflua num ponto: as coisas não podem ficar como estão.

Curiosamente, não são apenas os partidos da oposição que protestam face ao "pacote governamental". A incomodidade verificada no seio da "maioria", no próprio parceiro da coligação governamental e mesmo no chefe do Estado permite pensar que as medidas de austeridade anunciadas o foram levianamente, baseadas em modelos teóricos e sem qualquer preocupação com a realidade, sem qualquer aderência ao tecido social.

Espera-se, assim, que possa sair da próxima reunião do Conselho de Estado algum fumo branco que conduza a um emendar de mão relativamente aos sacrifícios adicionais que nos vão ser exigidos e que foram divulgados com uma insensibilidade assustadora. Se estes novos sacrifícios são indispensáveis (e não estamos certos) que se façam, mas com uma distribuição equitativa e não para satisfazer os preconceitos ideológicos de alguns governantes. Porque há sempre o perigo de uma ruptura social, e então tudo será pior. Pior para todos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Talvez não chegasse a um milhão mas foram umas oitocentas mil nas cidades de Portugal continental e insular.

O suficiente para demonstrar o descontentamento generalizado com as medidas do Governo. Não se podem aceitar medidas que prejudicam sempre as pessoas de menores rendimentos e nos outros não se toca ou quase.

Isto não é um governo, é uma pouca vergonha!!!!!!!!