terça-feira, 18 de setembro de 2012

SANTIAGO CARRILLO



Segundo informa EL PAÍS, Santiago Carrillo, secretário-geral do Partido Comunista Espanhol de 1960 a 1982, morreu hoje em Madrid, com 97 anos.

Inscrevendo-se nas Juventudes Socialistas em 1928 (com 13 anos), filiou-se em 1936 no Partido Comunista. Preso e exilado várias vezes, regressou a Espanha depois da morte de Franco em 1975 e passou a chefiar o PCE na legalidade. Sucedeu no cargo de secretário-geral a Dolores Ibárruri, "La Pasionaria", que dirigia o Partido desde 1942.

Adepto de uma linha estalinista, que o levou à adopção de medidas duras no seio do Partido, opôs-se todavia à invasão da Checoslováquia em 1968, afastando-se de Brejnev. Em ligação com o líder do Partido Comunista Italiano, Enrico Berlinguer, propôs uma nova actuação dos partidos comunistas europeus, sob a designação de "euro-comunismo".

O seu papel na Espanha pós-Franco foi decisivo para uma certa pacificação, tendo, conjuntamente com o primeiro-ministro Adolfo Suárez e o secretário-geral do PSOE, Felipe González, apelado à "reconciliação nacional" dos espanhóis. Reconheceu igualmente o regime monárquico.

Depois de ter abandonado o PCE, fundou um novo partido em 1985, a Mesa para la Unidad de los Comunistas.

Em 2005 foi-lhe atribuído o grau de doutor honoris causa pela Universidad Autónoma de Madrid.

Com a morte de Santiago Carrillo desaparece um dos últimos líderes históricos do comunismo europeu.

2 comentários:

Xico disse...

Não sou simpatizante do comunismo. Poder-se-ia até dizer que sou um anti-comunista primário, mas, quando o vi uma vez entrar nas cortes de Madrid, para um evento oficial, senti-me compensado pelo incómodo da viagem a Madrid no desgraçado Lusitânia expresso.

Anónimo disse...

«Adepto de uma linha estalinista, que o levou à adopção de medidas duras no seio do Partido».

Recolher obrigatório? Imposição de abstinência(s)? Estrita observância da indumentária prescrita? Execuções em massa?