terça-feira, 15 de maio de 2012

A NAKBA



Em 14 de Maio de 1948, Ben Gurion, presidente da Agência Judaica para a Palestina, proclamou unilateralmente a independência do Estado de Israel. No dia seguinte, e aproveitando a guerra que os países árabes limítrofes haviam declarado a fim de salvaguardar os direitos do povo palestiniano, Israel iniciou (ou melhor, prosseguiu) a sua política de perseguição dos palestinianos e de expropriação das suas terras e bens.

Em flagrante oposição à Resolução 181 das Nações Unidas, de 29 de Novembro de 1947, que previa a partilha da Palestina entre um estado judaico (55% da área do país) e um estado árabe (44%) e uma zona internacional (Jerusalém),o governo sionista, apoiado pelo Ocidente, consegue derrotar as precárias forças árabes invasoras, e alarga o seu território para 78% da superfície total. A parte restante fica sob administração egípcia (1,5% - a faixa de Gaza) e administração jordana (20,5% - a Cisjordânia). Mais de 700.000 palestinianos foram constrangidos a refugiar-se nos países árabes vizinhos. Com o decorrer dos anos, e a política expansionista de Israel, que sempre ignorou as resoluções das Nações Unidas, a situação dos palestinianos tem-se agravado dramaticamente.

É a este dia 15 de Maio de 1948 que os palestinianos chamam Nakba que, em árabe, significa catástrofe. Completam-se hoje 64 anos sobre esta tragédia que se abateu sobre o povo palestiniano que, até hoje, e apesar de uma luta heróica, não logrou obter um estado independente, viável e soberano. É o conflito mais antigo da história contemporânea.

A evocação desta data constitui, por isso, um indeclinável dever ético a nível mundial.


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