CINZAS
Não sentes que perdemos tanto,
Que o nosso “grande” amor é agora só palavras,
Que não há mais saudade, nem urgência,
Nem verdadeira alegria nos nossos corações,
E quando nos encontramos não há desejo nos nossos olhos?
Não sentes que os nossos encontros são gelados,
Os nossos beijos frios,
Que perdemos o ardor dos contactos
E agora apenas trocamos palavras delicadas
Ou esquecemo-nos de todo de nos encontramos
E demos falsas desculpas?
Não sentes que as nossas curtas e apressadas cartas
Necessitam de sentimento e espírito,
Não contêm suspiros e sonhos de amor,
Que as nossas respostas são demoradas e difíceis?
Não sentes que um mundo se desmoronou
E outro se ergueu?
Que o nosso fim será mais amargo e assustador
Porque o fim não cai sobre nós de repente
Mas vem de dentro de nós?
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