terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A HIDRA DE TRÊS CABEÇAS

Não acompanhei as peripécias políticas que conduziram à elaboração do Tratado de Lisboa, que era suposto facilitar a "governabilidade" da União Europeia. Assim, julgara (confesso a minha ingenuidade) que a presidência semestral seria substituída por um presidente não rotativo com um mandato mais alargado. Verifico agora o meu engano. Ao presidente da União (chefe de Estado) Herman van Rompuy e ao presidente da Comissão (chefe do Governo) José Manuel Barroso, continua a juntar-se um presidente semestral, neste caso da presidência espanhola o presidente do Governo José Luis Zapatero.

Por isso, acho oportuno transcrever o artigo de Jean-Gabriel Fredet, com o título "L'hydre aux trois têtes", publicado no Nouvel Observateur desta semana (Nº 2358 - 14 a 20 de Janeiro)


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En instituant un président de l'Union européenne, les rédacteurs du traité de Lisbonne espéraient la doter d'un exécutif musclé. Raté ! En choisissant comme premier titulaire du poste Herman Van Rompuy, personnalité falote, les chefs d'Etat et de gouvernement des Vingt-Sept ont tout fait capoter. Non seulement c'est José Manuel Barroso, reconduit à la tête de la Commission européenne, qui apparaît aujourd'hui comme le véritable homme fort de l'Europe, mais les initiatives de José Luis Zapatero, en charge depuis le 1er janvier de la présidence tournante de l'Union, ont encore contribué à brouiller les cartes. Pour donner du poids à sa présidence semestrielle, le premier ministre espagnol a décidé de s'entourer d'un «comité des sages» : Felipe Gonzalez, inventeur de la démocratie ibérique et ancien candidat à la présidence de l'Union, Pedro Solves, ancien commissaire aux Affaires économiques et monétaires, et Jacques Delors, lui-même ex-président de la Commission. Du lourd. Seulement voilà : avec désormais trois présidents au lieu d'un seul, comment assurer l'imperium du «président de l'Union» ? Premier casse-tête, l'agenda européen.
Alors que Herman van Rompuy convoque les chefs d'Etat à un sommet, le 11 février prochain, pour étudier les moyens de doper la croissance, le chef de gouvernement espagnol veut rendre «contraignants» les objectifs de l'agenda de Lisbonne lancé en 1999, pour développer une «économie de la connaissance» qui, faute de volonté politique, s'est totalement enlisée. A Madrid, la semaine dernière, au déjeuner réunissant les trois «présidents», Barroso a surenchéri, bien décidé à ne pas se laisser voler la vedette : jamais dans son histoire, l'Europe n'a eu autant besoin d'une expansion forte et d'une offre compétitive. Mais qui coordonnera cette nouvelle stratégie ? Barroso lui-même, aux abonnés absents pendant la crise financière ? Van Rompuy, l'initiateur d'une relance de la relance ? Ou Zapatero, partisan d'un plus grand volontarisme ?


2 comentários:

Anónimo disse...

De facto. Esta dupla presidência parece um disparate total,a não ser que convenha ao presidente da Comissão,para pairar acima dos inevitáveis conflitos de competências dos outros supostos presidentes. Quando a Europa precisava de eficácia na sua estruturação para se afirmar num mundo cada vez mais multipolar e sem grandes escrúpulos, eis que se vem enredar em fatais anulações de poder(a bicefalia presidencial)e a falta de prestígio(a representante inglesa). A Merkel,o Brown e o Sarkozy julgam salvaguardar os seus nacionalismozinhos, mas não me surpreenderia que se viessem a afundar com o barco que esburacaram. Aliás o suicídio político-militar é o desporto favorito dos europeus desde 1914, não admira que continuem nesse inteligente declive.

Anónimo disse...

Esta União Europeia seria para rir se não fosse para chorar. Nunca será possível uma politica comum, para lá do euro (que tanto fez subir os preços em Portugal) pois os países têm as suas características próprias de que não abdicam. Prevejo um triste fim para a União.