Em vésperas de cair o pano sobre 2009, é útil revisitarmos Karl May, na interpretação pessoal do grande realizador Hans-Jürgen-Syberberg.
Recorde-se que Karl Friedrich May (1842-1912) foi porventura o mais popular escritor alemão de todos os tempos. Os seus livros, tendo como cenário a América (dos índios apaches), o Médio Oriente, a China e outros locais "exóticos", alcançaram um sucesso nunca visto e foram traduzidos em cerca de 40 línguas, sendo a tiragem global superior a 200 milhões de exemplares. O seu êxito na Alemanha, desde que começou a escrever na prisão (fora condenado por alguns pequenos delitos no início da vida) estendeu-se a todas as classes e idades mas entusiasmou principalmente a juventude. Entre os seus admiradores contaram-se figuras tão distintas como Albert Einstein, Hermann Hesse e Adolf Hitler, que fez distribuir às suas tropas algumas das obras de May.
Este filme de Syberberg, de 1974, insere-se na série que dedicou à Alemanha e onde importa realçar Ludwig, Requiem für einem jungfräulichen König (1972), Hitler, ein Film aus Deutschland (1977) e Parsifal (1982).
sábado, 26 de dezembro de 2009
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3 comentários:
Aprecio muito o Parsifal e o Ludwig,vi alguma coisa deste Karl May que me pareceu muito abaixo dos outros,e assaz "chato" para não alemães. O fenómeno May (que escreveu quilómetros de páginas sobre a América sem nunca ter saído da sua província alemã) tem hoje um interesse reduzido. E quanto aos entusiastas,j'en passe...
PARA O ANÓNIMO DA 1:34:
Espanta-me que não saiba que Karl May visitou a América, embora não tenha estado em todas as regiões referidas na sua obra.
Mas também Jules Verne escreveu os seus livros sentado à secretária de sua casa.
Entre o século XIX e o século XX Karl May foi o escritor mais lido não só na Alemanha mas em toda a Europa. Algum mérito deve ter.
Pena é que não esteja traduzido em português, o que aliás não me surpreende.
Tem toda a razão o erudito autor do blogue,realmente o K.May esteve uma vez nos Estados Unidos,foi de N.York a Buffalo(o que não é muito) mas não visitou o Oeste onde se passam muitas das suas histórias. Depois disso parece que não voltou a fazer grandes viagens. Este lapso ensina-me a não comentar temas que de facto não me interessam particularmente. Mas de resto não assinalei o sedentarismo do senhor como defeito,mas como elemento biográfico curioso que tinha retido de qualquer leitura antiga. Quanto ao Júlio Verne,estamos noutro planeta. Não só este viajou bastante nos seus sucessivos iates,tendo até vindo cá e sendo recebido pela Família Real,como o interesse pelos seus livros de valor histórico,científico,cultural,literário,têm conhecido nos últimos anos (ao contrário do May) um renovado entusiasmo do público e da crítica literária (francesa e não só). A figura do Capitão Nemo,por exemplo,é das grandes criações literárias da transição XIX-XX. Mas de modo algum pretendo menorizar o entusiasmo do autor do blogue pelo May que espero vá lendo com devoção e proveito.
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