domingo, 25 de agosto de 2013

SE LORCA NÃO TIVESSE SIDO MORTO




Qual seria o destino de Federico García Lorca, se o poeta não tivesse sido executado pelas forças nacionalistas em 1936? No seu romance Trois semaines en ce jardin (2000), no original Las semanas del jardin (1997), Juan Goytisolo propõe-se uma incursão imaginária sobre os possíveis caminhos percorridos pelo autor de La casa de Bernarda Alba, quer em Espanha, quer em Marrocos, países familiares do autor, um pelo nascimento, o outro como terra de adopção.

Transcrevemos a nota do editor à publicação em língua framcesa:

«Réunis dans un jardin d'un pays chaud, les membres d'un Cercle de lecteurs tentent de reconstituer l'histoire d'un poète espagnol, républicain et homosexuel, interné dans un asile psychiatrique à Melilla en juillet 1936. À la suite des bouleversements causés par le Soulèvement franquiste, le destin de ce poète s'est scindé de manière énigmatique: d'après certains, il se serait évadé avec l'aide d'un soldat marocain et aurait ensuite vécu caché dans une ville du Protectorat français - Casablanca, Tanger ou Marrakech. Selon une autre version, il serait resté en Espagne, dans un centre de rééducation fasciste, et serait devenu un poète à la solde de la Phalange.

Pendant trois semaines, le Cercle de lecteurs va s'efforcer de reconstituer les péripéties de la vie d'Eusebio, ou Eugenio, ou Eugène. L'histoire de ce poète est relatée à partir d'une multiplicité de perspectives, celles de ces vingt-huit voix - journalistes, avocats, cinéphiles, sociologues, universitaires, arabisants - qui, avec leurs manies et leurs styles, finissent par élaborer un récit qui est plus qu'un simple portrait ou qu'une identification: la vitalité expressive du roman ne s'attache pas seulement à faire revivre un spectre, elle suscite l'apparition de ce que le cinéaste Luis Buñuel appela le  "fantôme de la Liberté".»

 Os capítulos correspondentes às 28 vozes estão identificados pelas 28 letras do alfabeto árabe, de Alîf a . E Goytisolo aproveita o seu conhecimento de Marrocos e a sua vasta cultura do mundo árabe para verter inúmeras referências cultas ao longo da obra. Assim, o prazer da leitura consiste não apenas na estória propriamente dita mas nas mais diversas alusões à cultura árabo-islâmica e até mesmo europeia, com destaque para a cultura espanhola.

As hipóteses aventadas pelos membros do Cercle de lecteurs demonstram a imaginação prodigiosa de Juan Goytisolo, a quem nos referimos aqui. E são também elucidativas quanto às versatilidades políticas e às dissimulações sexuais na Guerra Civil Espanhola.

1 comentário:

Anónimo disse...

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OS MONSTRUOSOS MASSACRES COM ARMAS QUÍMICAS PERPETRADOS POR BASHAR AL ASSAD !