domingo, 8 de julho de 2012

MORSI ANULA DISSOLUÇÃO DO PARLAMENTO



O recém-eleito presidente egípcio, Mohamed Morsi, decretou hoje a anulação da dissolução do Parlamento, ordenada pelo Supremo Tribunal devido a irregularidades processuais no acto eleitoral.

A decisão do Tribunal fora confirmada pelo Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), que decidira que só se realizariam novas eleições quando houvesse uma nova Constituição no país. Na ausência de uma assembleia legislativa, o CSFA resolvera nomear uma comissão para a elaboração do novo texto constitucional.

Segundo o decreto de Morsi, o Parlamento anteriormente eleito será restabelecido, elaborará a nova Constituição, e, já de acordo com ela, serão então realizadas novas eleições no prazo de 60 dias.

A decisão de Mohamed Morsi, que está a causar a maior perplexidade no Egipto e nos meios políticos internacionais, surge como um desafio às Forças Armadas, a menos que tivesse existido um acordo prévio com os militares, o que se afigura improvável. Aliás, a Junta Militar que tem governado o país desde a deposição de Hosni Mubarak convocou uma reunião de emergência e o Supremo Tribunal anunciou também que se reuniria amanhã em sessão especial.

Como não é crível que os militares abandonem a cena política para entregarem o poder total à Irmandade Muçulmana (da qual Morsi faz parte), este acto de força do novo presidente deverá ser seguido com a maior atenção, não só pelas suas consequências no Egipto, como pela repercussão em todo o mundo árabe, em Israel e mesmo no mundo ocidental.

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