terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

FACEBOOK: PIOR DO QUE O BIG BROTHER


A rede social Facebook, criada pelo jovem judeu americano Mark Zuckerberg, que contava, em Dezembro de 2011, com 845 milhões de pessoas inscritas, assemelha-se cada vez mais a um filme de terror.

Criada por Mark, conjuntamente com alguns colegas universitários, em 2004, a empresa passou a ser cotada em bolsa este ano e está avaliada em 100 mil milhões de dólares.

Em artigo publicado no Nouvel Observateur desta semana (nº 2466- 9 a 15 de Fevereiro 2012), Philippe Boulet-Gercourt descreve o panorama do valor das informações pessoais contidas no Facebook, com utilidade para fins particulares, económicos, políticos ou até militares, o que atribui à rede  uma inestimável valia. Não é possível, por não constar da Net, nem transcrever esse artigo, nem sequer indicar o link que, pelo menos por ora, não existe. Mas sabemos todos como o Facebook tem sido utilizado na mobilização dos indivíduos nas recentes revoltas no mundo árabe e como a intelligentsia americana, a israelita, e as outras, armazenam e cruzam os seus dados na chamada luta contra o terrorismo.

Deve reter-se, por isso, a ideia de que o Facebook é muito mais letal para a privacidade dos cidadãos do que todos os Big Brothers que George Orwell pudesse ter inventado. Tudo o que escrevemos no Facebook, mesmo as coisas mais anódinas, são objecto de análise, não vá conterem, em código, alguma ameaça à "ordem estabelecida". Todos os nossos desabafos, por mais inofensivos, são escalpelizados por poderosas máquinas que nos traçam o perfil.

Um comezinho exemplo para aqueles que efectuam compras através da Net. Muitos de nós adquirimos sistematicamente, na Amazon, ou noutras firmas, livros, discos, vídeos, etc. Ora, também sistematicamente, essas firmas nos enviam propostas de compra de bens semelhantes aos previamente adquiridos, de acordo com o gosto dos clientes. Neste caso trata-se apenas, em princípio, de política comercial.

Com a exposição de toda a sua vida privada, que muitas pessoas exibem no Facebook, imagine-se a matéria prima à disposição dos interesses mais legítimos ou dos mais terríficos.

Vale a pena que nos debrucemos todos sobre esta matéria.

2 comentários:

Anónimo disse...

Já sabíamos tudo isso mas é sempre bom vê-lo escrito e devidamente explicado. parabéns.

Zephyrus disse...

Agora imagine que um dia aparece um Hitler que resolve chacinar judeus, homossexuais, ciganos ou «fracos de espírito». Desta vez, seria muito mais fácil identificar as vítimas. Inocentemente, as pessoas estão a expôr toda a sua vida privada nas redes sociais. Se soubessem mais de História pensariam duas vezes.