domingo, 22 de fevereiro de 2009

NA MORTE DE LAGOA HENRIQUES

Faleceu hoje (dia 21), no Hospital da Luz, com 85 anos, o escultor Lagoa Henriques. Mestre de sucessivas gerações, autor de desenhos e esculturas notáveis, poeta, conferencista e coleccionador de peças tão diversas como pinturas, conchas, livros, troncos de árvores, vidros, uma infinidade de objectos, incansável viajante, amante de animais que com ele conviviam no atelier (fossem cães, gatos, corvos, papagaios, peixes, pássaros, pombos) , Lagoa Henriques deixa um vazio no círculo dos seus amigos.

Neste momento de luto para os seus próximos, não é a altura de inventariar a obra que deixou, material e espiritual. Pretende-se aqui apenas evocar o artista e o homem, que cultivou a amizade e o convívio ao longo de décadas, sem olhar a classes sociais ou a graus de instrução.

Numa sociedade decadente como a portuguesa, Lagoa Henriques é um dos últimos Mestres, no sentido renascentista do termo, e um exemplo de humanismo nesta época que sacrifica ao dinheiro todas as convicções.

A homenagem que lhe é devida será feita mais tarde. Agora é tão-só a hora do adeus.

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