A propósito do conflito israelo-palestiniano, tenho ouvido, sobretudo nos últimos tempos, que é preciso negociar. Mas negociar o quê? A própria vida?! A diplomacia, por incompetência ou má-fé, tem-se mostrado absolutamente ineficaz para a resolução do problema. Ao longo de seis décadas, a situação apenas se tem agravado na chamada, por ironia da História, Terra Santa.
E mesmo, quando parece que a luz se avista ao fundo do túnel, logo surge uma incapacidade, ou porque os líderes palestinianos são terroristas, ou são fracos, ou não são democráticos, etc. ou porque do lado israelita, os dirigentes são corruptos ou os governos são de gestão, e por aí fora.
Julgo que a satisfação dos requisitos que menciono seria globalmente suficiente para alcançar a paz:
1) Estabelecimento de uma linha de fronteira, na base do armistício de 1967 (a linha verde), com alguns pequenos ajustamentos, entre Israel e a Palestina, garantindo-se a continuidade territorial na Cisjordânia e a ligação permanente entre esta e Gaza.
2) Divisão de Jerusalém entre os dois Estados, sendo a parte ocidental para Israel e a parte leste para a Palestina e mantendo-se a cidade como capital de ambos os Estados. Pessoalmente, e tendo em conta a carga simbólica da cidade, como cidade santa dos três monoteísmos, eu preferiria que Israel mantivesse a sua capital em Telavive (como legalmente ainda hoje é) e a Palestina escolhesse outra cidade para o efeito. Jerusalém ficaria assim como zona internacional administrada pelas Nações Unidas.
3) Desmantelamento dos colonatos construídos na Cisjordânia.
4)Reconhecimento do direito dos refugiados palestinianos de regressarem ao Estado da Palestina e, aos que não o desejassem, atribuição de uma ajuda internacional para se instalarem definitivamente no lugar onde hoje vivem ou num novo país de acolhimento.
Existem mais alguns aspectos, como a questão da água e de outros recursos, que penso poderiam ser solucionados sem maior dificuldade. Deve entender-se também que o Estado Palestiniano criado nestas condições seria tão soberano como Israel, com todas as atribuições e prerrogativas de um Estado independente segundo o (hoje tão enfraquecido) direito internacional.
Há quem preconize um estado binacional, mas reconheço que as condições no terreno já não são propícias para essa solução, a começar pelo progresso demográfico dos palestinianos que retiraria a (curto) prazo a característica "judaica" de Israel. E é bom não esquecermos que Israel não é um Estado laico mas uma democracia "sui generis" que confere ao seu Estado o carácter judaico, logo independente do resultado de um escrutínio eleitoral adverso.
Também a solução de um Estado federal não se afigura oferecer quaisquer vantagens.
Os quatro pontos que mencionei são o "mínimo" que se pode propor aos palestinianos, que em 1948 (e já antes) foram desalojados das suas terras.
Será a diplomacia capaz de resolver o conflito nesta base modesta? Aguardemos os próximos episódios para se vislumbrar do peso do "aconselhamento" norte-americano na procura da Paz. Voltaremos em breve ao assunto.
E mesmo, quando parece que a luz se avista ao fundo do túnel, logo surge uma incapacidade, ou porque os líderes palestinianos são terroristas, ou são fracos, ou não são democráticos, etc. ou porque do lado israelita, os dirigentes são corruptos ou os governos são de gestão, e por aí fora.
Julgo que a satisfação dos requisitos que menciono seria globalmente suficiente para alcançar a paz:
1) Estabelecimento de uma linha de fronteira, na base do armistício de 1967 (a linha verde), com alguns pequenos ajustamentos, entre Israel e a Palestina, garantindo-se a continuidade territorial na Cisjordânia e a ligação permanente entre esta e Gaza.
2) Divisão de Jerusalém entre os dois Estados, sendo a parte ocidental para Israel e a parte leste para a Palestina e mantendo-se a cidade como capital de ambos os Estados. Pessoalmente, e tendo em conta a carga simbólica da cidade, como cidade santa dos três monoteísmos, eu preferiria que Israel mantivesse a sua capital em Telavive (como legalmente ainda hoje é) e a Palestina escolhesse outra cidade para o efeito. Jerusalém ficaria assim como zona internacional administrada pelas Nações Unidas.
3) Desmantelamento dos colonatos construídos na Cisjordânia.
4)Reconhecimento do direito dos refugiados palestinianos de regressarem ao Estado da Palestina e, aos que não o desejassem, atribuição de uma ajuda internacional para se instalarem definitivamente no lugar onde hoje vivem ou num novo país de acolhimento.
Existem mais alguns aspectos, como a questão da água e de outros recursos, que penso poderiam ser solucionados sem maior dificuldade. Deve entender-se também que o Estado Palestiniano criado nestas condições seria tão soberano como Israel, com todas as atribuições e prerrogativas de um Estado independente segundo o (hoje tão enfraquecido) direito internacional.
Há quem preconize um estado binacional, mas reconheço que as condições no terreno já não são propícias para essa solução, a começar pelo progresso demográfico dos palestinianos que retiraria a (curto) prazo a característica "judaica" de Israel. E é bom não esquecermos que Israel não é um Estado laico mas uma democracia "sui generis" que confere ao seu Estado o carácter judaico, logo independente do resultado de um escrutínio eleitoral adverso.
Também a solução de um Estado federal não se afigura oferecer quaisquer vantagens.
Os quatro pontos que mencionei são o "mínimo" que se pode propor aos palestinianos, que em 1948 (e já antes) foram desalojados das suas terras.
Será a diplomacia capaz de resolver o conflito nesta base modesta? Aguardemos os próximos episódios para se vislumbrar do peso do "aconselhamento" norte-americano na procura da Paz. Voltaremos em breve ao assunto.
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