quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

A FORÇA DO DESTINO

"La vita è inferno all'infelice..."
 
"Urna fatale del mio destino."
 
 
Recebi ontem o dvd de uma das gravações de La Forza del Destino, de Verdi, que faltava na minha vídeoteca, a da célebre récita, no Teatro di San Carlo, de Nápoles, em 15 de Março de 1958.
 
Espectáculo memorável, teve o elenco seguinte:
 
Giorgio Algorta (Marquês de Calatrava)
Renata Tebaldi (Donna Leonora)
Ettore Bastianini (Don Carlo di Vargas)
Franco Corelli (Don Alvaro)
Oralia Dominguez (Preziosilla)
Boris Christoff (Padre Guardiano)
Renato Capecchi (Fra Melitone)
 
A Orquestra foi dirigida pelo maestro Francesco Molinari Pradelli, que vimos durante anos no nosso Teatro Nacional de São Carlos.
 
Recordo-me especialmente de Renato Capecchi, também visita habitual, com quem conversei muitas vezes aquando das suas prestações em Lisboa.
 
O argumento do libretto de La Forza del Destino baseia-se no drama espanhol Don Álvaro o la fuerza del sino"(1835), de Ángel de Saavedra, Duque de Rivas. A ópera foi estreada no Teatro Imperial Bolshoi Kamenny, de São Petersburgo, em 10 de Novembro de 1862, chamado depois Mariinsky, depois Kirov, e agora novamente Mariinsky.
 
A imagem (a preto e branco) desta antiquíssima gravação é naturalmente deficiente, mas o som é bom e dá-nos a grandeza de intérpretes de uma qualidade que hoje se afigura rara.
 
Esta ópera não foi apresentada em Portugal durante décadas, pois sendo considerada uma ópera que "porte malheur", o dr. José de Figueiredo, que foi director do Teatro Nacional de São Carlos ao longo de muito anos, receava a ocorrência de uma fatalidade, dizia-se nos corredores que temia a morte da mãe, uma senhora já idosa.
 
Se a memória não me falha, a ópera só voltou a ser apresentada em Lisboa depois da substituição de José de Figueiredo por João de Freitas Branco.
 

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