terça-feira, 8 de agosto de 2017

OS BANHOS DE BUDAPESTE




Regressei mais uma vez de Budapeste sem ter frequentado os banhos que tornam a cidade famosa. Alguns são célebres em todo o mundo.

São muitas as nascentes que existem na cidade, incluindo as fontes termais e as suas águas têm especiais indicações para o tratamento de muitas doenças. Além, é claro, de proporcionarem numerosas piscinas. Existem em Budapeste 120 nascentes, que emitem mais de 70 milhões de litros de água por dia.  E banhos termais da cidade contam-se pelo menos 17, alguns com departamentos clínicos.

A esta bacia dos Cárpatos, os celtas, que aqui viveram até 400 BC chamavam-lhe AkInk. Talvez por isso, aquando da ocupação romana, a cidade (Buda) foi chamada Aquincum,  cujo nome contém a palavra latina para água, aqua. Com a ocupação otomana, os banhos conheceram um apreciável desenvolvimento, dado o interesse que os turcos professavam por este género de estabelecimentos. Criaram hammam's, que faziam parte da vida social e a utilização dos banhos ultrapassava em muito as obrigações rituais da purificação islâmica. Os Banhos Rudas e Király, ainda hoje existentes, são devidos aos otomanos. Para lá do convívio e da intriga, dos negócios e dos encontros, quando os médicos sírios descobriram as propriedades curativas das águas a afluência aos banhos aumentou.

Na Idade Média, os banhos eram uma prerrogativa dos doentes. O rei Géza II (1141-1146) criou a primeira ordem monástica de enfermagem, chamada Szent István Király, alusão a Santo Estêvão, primeiro rei da Hungria. A Ordem de São João de Jerusalém teve uma presença activa nos Banhos Gellért. Como outras ordens hospitalárias, também a Ordem de São João construiu o seu hospital sobre uma "nascente sagrada". Os primeiros banhos públicos da Hungria abriram em 1351 em Pozsony (hoje Bratislava), que foi capital do país de 1536 a 1783, quando a coroa húngara foi transferida para Viena de Áustria.

Durante o período socialista os banhos foram mais utilizados para tratamento do que para recreação. Depois das modificações democráticas de 1989-90 não foram construídos mais banhos, mas os existentes têm sido renovados e modernizados.


Banhos Gellért

Entre os banhos mais famosos contam-se os Banhos do Hotel Gellért, no sopé da colina de Buda, no fim da Ponte da Liberdade (antiga Ponte Francisco José). É um edifício magnífico, com piscinas interiores e exteriores e uma piscina termal.

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Os Banhos Rudas constituem os maiores e mais magníficos banhos termais otomanos na cidade.  Construídos a sul da Ponte Elisabeth a sua arquitectura e decoração faz lembrar As Mil e Um Noites.


Banhos Rudas

Os Banhos Rácz incluem 13 piscinas em três secções diferentes e o seu nome provém dos sérvios (rác, em húngaro), anteriores ocupantes do sítio. Uma das principais atracções de Rácz é o terraço no cimo do edifício, com uma vista espectacular. Há ainda uma piscina com vinte e três metros de comprimento e três de largura, cuja temperatura das águas é de 28º-30º no Verão e de 36º-38ª no Inverno.


Banhos Rácz


Os Banhos Király estão localizados também em Buda, a sul da Ponte Margaret (Margit hid). A sua arquitectura é também otomana, com as correspondentes abóbodas. O chão, as paredes interiores e as piscinas são feitas de mármore vermelho. A existência destes Banhos deve-se a Sokollu Mustapha Pasha, de Buda, durante a ocupação turca. Nos dias de hoje, a água é canalizada de duas das seis nascentes dos Banhos Lukács. Depois de diversos proprietários, os Banhos foram comprados em 1817 por Mihály König que procedeu ao seu restauro, após o que lhe mudou o nome para Király (que em húngaro significa rei, sendo em alemão König).


Banhos Király

Os Banhos Lukács, um pouco decadentes, são os banhos favoritos dos intelectuais da cidade. Como os anteriores, estão localizados em Buda, perto do Danúbio e no interior de um parque. Estas termas devem o seu nome a São Lucas e apesar do complexo ter sido fundado em 1894, eles datam do período otomano. As suas nascentes mantêm as piscinas aquecidas durante todo o ano. São frequentados por razões de saúde e também para diversão. Podem ser frequentados pelos turistas.


Banhos Lukács
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Os Banhos Római também em Buda, possuem a maior piscina da cidade. No Verão são o paraíso das crianças e dos pais. O seu nome deriva da sua utilização pelos romanos, que consideravam esta água sagrada. Durante a sua reconstrução em 2001, foram encontrados sarcófagos romanos e diversos artefactos que expostos à entrada constituem um pequeno museu.


Banhos Római

Os Banhos Dagály estão localizados no lado e Pest a norte da Ponte Árpád. Possuem 11 piscinas, no meio de um arvoredo de acácias e álamos. Ficam na margem do Danúbio e oferecem uma vista espectacular sobre Buda. É o único complexo que se mantém aberto durante o Inverno (4 piscinas). Dispõe de uma piscina olímpica exterior e de um eficiente serviço de massagens. Há também uma piscina infantil para diversão das crianças e uma dedicada à instrução.


Banhos Dagály

Os Banhos Széchenyi, com as suas colunas, cúpulas e arcos mais parece um palácio do que um complexo de piscinas, o maior do seu género na Europa. Encontra-se situado em Pest, no Parque de Városliget, em frente ao Jardim Zoológico e ao Circo de Budapeste. As três entradas dão para um vasto átrio com colunas coríntias, candelabros de bronze, estátuas e pinturas. A sua arquitectura é complexa: uma mistura dos estilos grego e romano com elementos renascentistas e barrocos.  Dispõe de restaurantes à beira da grande piscina e no exterior do edifício. Para ele convergem tantos turistas que se pode ouvir falar em numerosas línguas.

Banhos Széchenyi
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Os Banhos Palatinus estão situados numa reserva natural na parte ocidental da Ilha Margarida. Dispõe de uma piscina de 50 metros de comprimento e de outras com diversas temperaturas. Tem cataratas e diversas atracções aquáticas e constitui uma atracção para as famílias.



Banhos Palatinus

Desta muito resumida descrição se pode avaliar da riqueza da capital húngara em matéria de banhos, onde não faltarão, com certeza, personal trainers para incentivar os mais hesitantes.


NOTA: As fotografias, à excepção de duas, foram extraídas da publicação que se comenta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Devem ser fabulosos. Não sei como não se resolveu a experimentar.