sábado, 30 de abril de 2011

O MUNDO ÁRABE EM CRISE

Dera'a - Síria

Agrava-se a situação no mundo árabe. O povo aspira a uma vida melhor e deseja libertar-se dos regimes autoritários. Tem como modelo a Europa Ocidental, a América. Não tenho a certeza de que a América seja uma verdadeira democracia. Tenho aliás as maiores dúvidas. E quanto à Europa Ocidental, estamos conversados. Basta olhar para Portugal. De resto, a União Europeia vai-se desmoronando aos poucos. A França pretende suspender Schengen. A Alemanha recusa imigrantes. Os países nórdicos, ofuscados pelo sol da meia-noite, negam a sua solidariedade. A Grécia e a Irlanda estão a braços com a agiotagem internacional. A Islândia faliu. A Itália hesita em se partir de novo, regressando ao Piemonte e às Duas Sicílias.A Jugoslávia já implodiu. Enfim, não há muitas razões para invejar a Europa.

Mas voltando ao mundo árabe, registamos que a violência na Síria prossegue, atingindo patamares não esperados num país que começava a abrir-se ao mundo. Fala-se de interferências externas, o que é sempre possível. Também Qaddafi, que propõe negociações com a NATO mas afirma que jamais sairá da Líbia, insiste que é a Al-Qaeda que provocou a sublevação nacional. Qaddafi, cujas tropas entraram em território tunisino para perseguir os combatentes anti-regime, acabando por enfrentar as tropas de Tunis. Na própria Tunísia, em Gafsa e Qasserine, 800 detidos lançaram fogo às celas e evadiram-se das prisões.

Em Marrocos, o atentado brutal de Marrakech, no Café Argana, provocou já 15 mortos (entre os quais um português) e 20 feridos, e há grande apreensão no país. No Egipto, a Irmandade Muçulmana declara que disputará metade dos lugares do futuro parlamento com o seu novo partido Liberdade e Justiça.

Irmandade Muçulmana

No Iémen, Ali Saleh recusa assinar o compromisso de saída da presidência, num país onde os tumultos duram há muitas semanas. Um bombista suicida fez-se explodir em Mossul, no Iraque, provocando oito mortos e 19 feridos. Na Argélia as manifestações continuam, embora menos publicitadas. Existe grande intranquilidade na Jordânia e o Líbano aguarda, expectante, a evolução na Síria. Nos países do Golfo há uma acalmia provisória, embora o Bahrein se mantenha agitado.

No meio de todo este cafarnaúm, apenas uma boa notícia: a previsão da reconciliação do Hamas e do Fatah. A ver vamos se a prática confirma as boas intenções.

1 comentário:

Anónimo disse...

O mundo árabe que era um dos destinos favoritos dos europeus tornou-se problemático. Quais os países para onde se pode viajar agora e que realmente tenham interesse: nenhuns.