quarta-feira, 25 de agosto de 2021

ALL'ERTA TENTATOR!


ALL'ERTA! ALL'ERTA TENTATOR!

 All'erta! all'erta!

È la battaglia incerta

fra Satana e il Ciel. 

 

Revi hoje, uma vez mais, Mefistofele, de Boito, numa produção da Ópera de San Francisco (1989), com direcção musical de Maurizio Arena, encenação de Robert Carsen e Samuel Ramey no protagonista. Um espectáculo musicalmente de grande nível e com uma encenação curiosíssima e às vezes sexualmente provocante.

Ecco il mondo,

vuoto e tondo, 

s'alza, scende,

balza e splende,

fa carole

intorno al sole,

terma, rugge,

dà e distrugge,

ora sterile, or fecondo.

Ecco il mondo.

 


Arrigo Boito (1842-1918) foi um interessante novelista, compositor e libretista que, todavia, se tornou notável por ser o autor dos textos das óperas La Gioconda, de Ponchielli e Otello e Falstaff, de Verdi e o autor do texto e música de Mefistofele (1868), talvez a mais diabólica incursão musical no mundo operático sobre o mito de "Fausto".

 


Seu irmão,Camillo Boito (1836-1914), arquitecto, historiador e escritor, seria o autor da novela Senso (1882), que Luchino Visconti imortalizaria mais tarde no cinema, num dos seus mais notáveis filmes, que é também um das películas mais célebres de toda a cinematografia italiana e mundial.

 


Existem várias edições em disco e vídeo desta ópera, a única de Boito que permaneceu no repertório operático, entre elas a que foi dirigida pelo maestro Oliviero de Fabritiis, que, noutra encarnação, vi muitas vezes no Teatro de São Carlos, e que contou com a participação de Nicolai Ghiaurov, Luciano Pavarotti, Mirella Freni e Montserrat Caballé.


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