quarta-feira, 14 de outubro de 2015

A TERCEIRA GUERRA MUNDIAL




Segundo "L'Obs" desta semana (Nº 2657), é possível que tenhamos entrado na Terceira Guerra Mundial, sem que a população do globo se tenha verdadeiramente dado conta. Os especialistas avançam mesmo uma data: 30 de Setembro de 2015, início dos bombardeamentos russos sobre os territórios de Daesh na Síria.

Também, após o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, em Sarajevo, em 1914, nas primeiras semanas de operações militares ninguém previa a eclosão do primeiro conflito mundial, que causou milhões de vítimas.

É verdade que o Papa Francisco tem repetidamente chamado a atenção para o facto de se desenrolar já uma guerra diversificada (ainda que um pouco à distância do "Ocidente") simultaneamente em várias regiões do planeta, de que o "Estado Islâmico" não é, aliás, o exclusivo responsável. Mas ninguém parece ter atribuído suficiente importância às suas palavras.

O presidente do International Institute for Strategic Studies, François Heisbourg (francês de origem luxemburguesa, nascido em Londres), sustenta que existe uma guerra mundializada (combinação de conflitos locais em que tomam parte potências mundiais), mas não uma verdadeira guerra mundial, cuja perspectiva considera afastada. E explica porquê, embora, em minha opinião, a explicação não se afigure completamente convincente. Heisbourg compara a actual situação à que se viveu na Europa durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que começou com a "Defenestração de Praga" e terminou com a Paz de Vestfália.

Jean-Pierre Chevènement, antigo ministro francês da Educação, da Defesa e do Interior e candidato presidencial em 2002, a propósito da guerra que ocorre na Síria, afirma: «C'est une erreur d'écarter la proposition d'alliance qu'a faite Vladimir Poutine aux Ocidentaux. Le terrorisme djihadiste menace également la Russie et l'Occident. La russophobie ordinaire occulte que, pour la Russie, le terrorisme djihadiste est un défi vital: dans le Caucase, en Asie centrale et dans sa capitale même. Faut-il le rappeler? La Russie compte parmi ses citoyens plus de 20 millions de musulmans. C'est pourquoi la Russie soutient le régime syrien dont la chute, aujourd'hui, entraînerait la prise de Damas par Daech. Chacun sait que l' "opposition modérée" n'existe pas vraiment en Syrie, sur le terrain. L' "Armée de la conquête", soutenue par l'Arabie saoudite et par la Turquie, et présente à Idlib et Alep, n'est pas une alternative: elle est composée d'un groupe djihadiste Al-Nosra, filiale syrienne d'Al-Qaida, et d'un groupe salafiste Ahrar Al-Sham. Al-Qaida vaut-il mieux que Daech?»

Então, ficamos assim!

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