segunda-feira, 1 de julho de 2013
O ULTIMATO
Com o país à beira da guerra civil, os militares egípcios, pela voz do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Abdel Fattah Al-Sisi, fizeram um ultimato aos líderes políticos (leia-se, à Irmandade Muçulmana e ao presidente Mohamed Morsi) para encontrarem, em 48 horas, uma solução que responda às reivindicações expressas pela população nos últimos dias, em que milhões de pessoas saíram à rua para contestar o que consideram a islamização do país. Na ausência de um acordo, as forças armadas intervirão para garantir a segurança nacional e o funcionamento das instituições.
As manifestações, que ocorrem no momento em que se assinala o primeiro ano da tomada de posse de Morsi como presidente da República, exigem a sua imediata demissão, e verificam-se por todo o país, reunindo multidões muito superiores às que levaram à queda do antigo presidente Hosni Mubarak.
O povo egípcio, especialmente os jovens, consideram que a revolução de há dois anos foi traída pela Irmandade Muçulmana e pelos seus aliados salafistas, e que a liberdade está a ser progressivamente confiscada em função de uma agenda islamista, num país com mais de 10% de cristãos (o que equivale globalmente a 10 milhões de pessoas) e elevado número de cidadãos laicos e de esquerda.
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